O gênero charge no suporte de papel e sua implicação para a produção de inferência em aula de regência no ESC III
Palavras-chave:
Leitura; Inferência; Charge; aula de Língua Portuguesa.Resumo
Neste artigo, voltamo-nos para uma aula que ministramos, em uma turma do 6º ano de uma escola pública de Araguaína/Tocantins, com o intuito de analisar e de problematizar o modo como os alunos leem o gênero textual charge no suporte de papel. Cabe destacar que essas aulas integram a etapa de observação e de regência do Estágio Supervisionado Curricular (ESC) obrigatório, do Curso de Letras/Português e suas respectivas literaturas, da Universidade Federal do Tocantins (UFT)/Câmpus Araguaína – Unidade Cimba. O método e a metodologia que sustentam este artigo assentam-se em uma base indutiva, pois partimos de uma experiência particular. Contudo, algumas questões são passíveis de ser universal. Os alunos, na condição de leitores, não empreendem a sua leitura do nada. Concebemos que eles leem ancorados em variáveis sociodemográficas e culturais, que podem determinar o tipo de leitura possível para eles. A escola em questão apresenta indicadores educacionais frágeis, do ponto de vista do discurso oficial sobre as práticas de leitura e de escrita. Produzimos a relação de que a vulnerabilidade social produz efeitos para a prática de sala de aula, marcando uma vulnerabilidade escolar. As análises mostram que, na aula analisada, o jogo de interlocução entre nós, a professora regente e os alunos, constituiu com algumas especificidades. Na aula em foco, os alunos se engajaram pouco, implicando poucos momentos de produção de inferência.
Referências
BERTOLDO, Ernesto Sérgio; LEITE, João de Deus. Língua Portuguesa: um objeto circunscrito. Entremeios [Revista de Estudos do Discurso], Seção Estudos, Programa de Pós-graduação em Ciências da Linguagem (PPGCL), Universidade do Vale do Sapucaí, Pouso Alegre (MG), vol. 13, p. 59-86, jul. - dez. 2016.
BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN): Língua Portuguesa. Ensino Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro02.pdf. Acesso em: abr. 2019.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Básica. Base nacional comum curricular. Brasília, DF, 2017. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/#/site/inicio. Acesso em: mai. 2019.
Charolles, M. 1978. Introdução aos problemas da coerência dos textos (Abordagem teórica e estudo das práticas pedagógicas). Trad.: Paulo Otoni. Langue Française, Paris, nº 38, 1978. IN: D. Coste et al. (org). 1988. O texto – leitura e escrita. Pontes.
HARWEG, R. Pronomina und Textkonstitution. Münch W Fink, 1968.
KOCH, Ingedore Grunfeld Villaça. Linguística textual: um balanço e perspectivas. In: TRAVAGLIA, Luiz Carlos et al. Encontro na Linguagem. Estudos linguísticos e literários. Uberlândia: EDUFU, 2006.
MARCUSCHI, L. A. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola Editorial, 2008.
Van Dijk, T. A. (2001). Discourse, ideology and Context. Folia Linguistica XXXV/1-2, 11-40.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os autores concordam com os termos da Declaração de Direito Autoral, que se aplicará a esta submissão caso seja publicada nesta revista (comentários ao editor podem ser incluídos a seguir).