Formação de palavras e políticas linguísticas: breves reflexões em programas de ensino e em gramáticas dos séculos XIX e XX
Keywords:
Políticas Linguísticas, Língua, Gramática, Formação de PalavrasAbstract
O presente artigo objetiva realizar reflexões das políticas linguísticas que atuam/afetam a historicidade dos saberes linguísticos produzidos sobre o processo de formação de palavras com os sufixos -eiro e -ista no Brasil. A presente análise é realizada a partir da montagem de um arquivo (PÊCHEUX, 1997 [1982]; GUILLAUMOU E MALDIDIER, 1997 [1986]), de gramáticas brasileiras publicadas entre o século XIX e o início do século XX. A composição do arquivo é feita por gramáticas diferentes, de autores, de épocas, de filiações teóricas diferentes, elaboradas com objetivos específicos, na relação com determinadas instituições, e a partir de determinadas políticas linguísticas. Empreendo um gesto de leitura sobre os modos como comparecem estudos sobre a formação dos referidos sufixos para, então, compreender como as políticas linguísticas circulam nas obras gramaticais selecionadas. Obras que são, pois, instrumentos linguísticos (AUROUX, 2014[1992]). Por isso, no gesto analítico empreendo um olhar para aquilo que se diz (ou não) sobre a língua. Dizer este que é afetado na/pela relação do sujeito com o Estado (e aí temos a forma mais visível das políticas linguísticas). Ademais, também busca-se verificar como as políticas linguísticas atuam em certas formulações; bem como nas tensões e contradições constitutivas desses processos de produção de conhecimento. O presente trabalho se insere no campo da História das Ideias Linguísticas, a partir dos trabalhos de S. Auroux (2014[1992]), E. Orlandi e E. Guimarães (1996), articulado à Análise de Discurso, a partir dos trabalhos de M. Pêcheux (2014 [1976]) e E. Orlandi (2013 [1999]).
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