A Notação Íntima do Sentimento Brasileiro em Minha Formação, de Joaquim Nabuco
Keywords:
Joaquim Nabuco, formação, autobiografia, ambiguidade.Abstract
Analisaremos como a ideia de escrever uma autobiografia surgiu em Nabuco, e depois como o sentimento brasileiro se configura ao longo de sua formação. Aos 50 anos, Nabuco achara que havia se doado bastante aos outros, e que tinha o direito, frente às experiências vividas no Brasil e fora dele, de doar um pouco a si mesmo, examinando-se, aprimorando-se no seu modo íntimo, escrevendo a história da própria vida e da formação nacional de seu país. Em seguida, tomaremos o biografado sob dois eixos temáticos: arte e natureza, com vistas a entender até que ponto a “fabricação do eu” é guiada por princípios naturais e por artificialidades da cultura. Tal ambiguidade encontra-se diluída no “Minha Formação”, mais especificamente quando ele afirma que: “a nossa imaginação não pode deixar de ser europeia”, já que mais adiante dirá: “na América falta à paisagem, à vida, ao horizonte, à arquitetura, a tudo o que nos cerca, o fundo histórico, a perspectiva humana; e que na Europa nos falta a pátria, isto é, a fôrma em que cada um de nós foi vazado ao nascer”. Cabe observar que o narrador desses trechos é o Nabuco da “mocidade”, tomado por sentimentos de instabilidade, curiosidade e indecisão. Nosso propósito maior foi identificar como o autor faz uma crítica aos seus anos de juventude e como ele conjuga suas notas íntimas brasileiras e estrangeiras, de modo a convergir o processo de maturação de uma forma de escritor brasileiro cindido entre o artifício da cultura europeia e o coração íntimo de um brasileiro.
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Os autores concordam com os termos da Declaração de Direito Autoral, que se aplicará a esta submissão caso seja publicada nesta revista (comentários ao editor podem ser incluídos a seguir).