Diálogos entre a Ludicidade e a Decolonialidade
Palavras-chave:
Ludicidade; Decolonialidade; EducaçãoResumo
Este artigo se constitui com base na revisitação do ensaio teórico “Giro Lúdico: construindo uma decolonização do saber/ser”, corporificado a partir da ressignificação da ludicidade como perspectiva heterogênea anunciada para potencializar a resistência contra os processos da colonialidade. A elaboração textual também orienta-se nas reflexões oriundas dos encontros formativos do grupo de pesquisa “Saberes, Educação, Interculturalidade e Variações Temáticas na Amazônia”, sobretudo, na linha “Ludicidade, Práticas Corporais e Educação”, vinculada ao Instituto Federal de Educação do Pará. Concomitantemente, inspirado nas vivências no curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade do Estado do Pará. O objetivo apóia-se em compreender a interface entre a ludicidade e a decolonilidade, no sentido de enfatizar a virada epistemológica, buscando visibilizar conhecimentos outros inferiorizados pela ciência moderna. Trata-se de uma pesquisa substancialmente qualitativa, cujos referenciais mais representativos são: Cipriano Luckesi (2002), Mônica Massa (2021), Nelson Maldonado-Torres (2007) e Walter Mignolo (2004). Como resultado, comprova-se que a ludicidade se apresenta como um processo subjetivo - intimamente relacionada às experiências socioculturais de cada ser - os significados atribuídos são compartilhados coletivamente, assumindo diversas formas e interpretações conforme cada contexto, bem como o seu alcance político-pedagógico diante dos mecanismos da modernidade/colonialidade presentes nas instituições educativas.
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