Desconstruindo três mitos persistentes sobre a língua portuguesa
Mots-clés :
Mitos, Presidenta, Gerundismo, Machismo na língua portuguesaRésumé
A língua portuguesa é cercada por mitos. Alguns têm consequências sérias, como, por exemplo, o mito segundo o qual a maioria das brasileiras e dos brasileiros não sabe português, o que afeta negativamente a sua autoestima linguística. Há outros que não possuem consequências sérias, como ocorre, por exemplo, com o mito segundo o qual a vírgula indica pausa. Diante da persistência dos mitos sobre a língua portuguesa, que insistem em circular na nossa sociedade, este artigo tem por objetivo contribuir para a desconstrução de três deles. A primeira seção é dedicada ao mito da inexistência da palavra presidenta. É demonstrado que essa palavra existe e é problematizada a questão sexista a ela subjacente. O mito do gerundismo é o tema da terceira seção. A pertinência sintática da construção IR + ESTAR + GERÚNDIO é explicada e sua natureza semântica, explicitada. A terceira seção trata do suposto machismo da língua portuguesa. É demonstrado que, embora a sociedade machista brasileira deixe marcas na língua portuguesa, é teoricamente inconcebível a atribuição de uma característica social ao sistema gramatical de uma língua, que, analogamente, não pode ser acusada de ser racista ou homofóbica.
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