ESCOLHA PROFISSIONAL E PERSPECTIVAS DE FUTURO NA DOCÊNCIA: uma análise a partir da subjetividade dos professores

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20873/uft.2447-4266.2016v2Especial2p419

Palavras-chave:

Escolha profissional, subjetividade, perspectivas de futuro na docência

Resumo

O presente trabalho integra uma pesquisa sobre a produção de sentidos subjetivos dos professores frente às adversidades da profissão e apresenta resultados do seguinte objetivo: identificar expectativas, realizações e frustrações dos professores referentes à sua escolha profissional e perspectivas de futuro. A articulação entre esses dois enfoques constitui-se em um tema desafiador considerando-se a complexidade do contexto educacional, possibilitando aprofundar a compreensão sobre o processo de aprendizagem docente e desenvolvimento profissional. O tema é abordado na perspectiva da Teoria da Subjetividade, de González Rey, sendo a subjetividade definida como um sistema complexo, singular e contraditório, que se constitui no curso da história de vida de cada pessoa e está em constante movimento a partir da contínua e processual produção de sentidos subjetivos. A pesquisa orientou-se a partir dos pressupostos da Epistemologia Qualitativa, proposta pelo mesmo autor, na qual a construção empírica e teórica se caracteriza pelo caráter construtivo-interpretativo das informações, pelo processo dialógico e pela legitimação dos casos singulares como instância de produção do conhecimento científico. Participaram da pesquisa onze professores do Ensino Fundamental de uma escola pública de Palmas–TO. Os procedimentos metodológicos adotados foram observações, entrevistas, discussões em grupos, produção de texto e complemento de frases. Em relação à escolha profissional dos professores, identificamos três motivos: influências da família, falta de oportunidades de trabalho em outras áreas e opção pessoal pelo magistério. Tais motivos articulavam-se de maneira complexa e dialética com as perspectivas de futuro na profissão: parte do grupo gostaria de atuar em outras áreas na educação, alguns sentiam-se realizados e outros queriam mudar de profissão. Concluímos que o processo de escolha profissional e a singularidade da história de vida são fatores que também interferem na maneira como os professores vivenciam seu cotidiano e como se posicionam frente à opção pessoal de permanecer ou desistir da docência.

 

 

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Biografia do Autor

Adriana Ziemer Gallert, Centro Universitário Luterano de Palmas - CEULP

Doutora em Educação pela Universidade de Brasília (UnB), Mestre em Educação pela Universidade de Brasília (UnB), Especialista em Investigação Científica pela Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), Graduada em Pedagogia pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ). Atualmente é professora no Centro Universitário Luterano de Palmas - CEULP. E-mail: adrianagallert@gmail.com.

Maria Carmen Vilella Rosa Tacca, Universidade de Brasíla - UnB

Doutora em Psicologia pela Universidade de Brasília, com estudos de Pós-doutorado na PUC-Campinas, Mestrado em Educação pela Universidade de Brasília  e Graduação em Pedagogia pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Franca. Seus estudos e pesquisas enfocam temas gerados na interface da Educação com a Psicologia.  Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília. E-mail: mctacca@yahoo.com.br.

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Publicado

2016-10-30

Como Citar

GALLERT, Adriana Ziemer; TACCA, Maria Carmen Vilella Rosa. ESCOLHA PROFISSIONAL E PERSPECTIVAS DE FUTURO NA DOCÊNCIA: uma análise a partir da subjetividade dos professores. Revista Observatório , [S. l.], v. 2, n. 4, p. 419–441, 2016. DOI: 10.20873/uft.2447-4266.2016v2Especial2p419. Disponível em: https://sistemas.uft.edu.br/periodicos/index.php/observatorio/article/view/2791. Acesso em: 20 abr. 2024.