LEITH: LOCAL DE ABANDONO E OPRESSÃO EM TRAINSPOTTING DE IRVINE WELSH

Autor/innen

Schlagworte:

Leith, Irvine Welsh, comportamento social, classe trabalhista, opressão

Abstract

O presente artigo versa sobre as representações de Leith, bairro de Edimburgo (capital da Escócia), no romance Trainspotting (1993), do escritor escocês contemporâneo Irvine Welsh, buscando discutir o potencial caráter opressor do distrito na formação de identidades e comportamentos das personagens ficcionais originárias da região. Trata-se de um local periférico, cuja população, marcadamente de origem proletária, enfrentou um contexto de escassez, desamparo e violência por décadas, em especial nos anos 1980, durante o governo da Primeira-Ministra Margaret Thatcher. Partindo de noções de autores de geografia cultural, como Corrêa (2013), Le Bossé (2013) e Haesbaert (2013), que argumentam, em linhas gerais, que espaços geográficos têm influência direta na formação de comportamentos sociais, aborda-se a centralidade do bairro na obra selecionada, bem como sua influência no modo de ser das personagens construídas, cujas experiências são atravessadas por pobreza, falta de oportunidades, escassez de recursos e pelo submundo do crime. Aborda-se, também, com o auxílio de autores como Clarke (2004) e Vernon (2017), o momento histórico representado na obra, fator primordial para a compreensão de todo o contexto apresentado.

Autor/innen-Biografie

Amaury Garcia dos Santos Neto, UERJ / CMRJ

Doutor em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2015), mestre em Letras pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2005).

Realizou pesquisa e estágio de pós-doutoramento na UERJ (2019-2020), centrando-se em literatura escocesa contemporânea.

Professor de língua inglesa do Colégio Militar do Rio de Janeiro, ministrando aulas para o ensino médio.

Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Literatura Comparada, atuando principalmente nos seguintes temas: autobiografia; romance autobiográfico, afeto, escritas de si, distopia, educação, livre arbítrio, violência e sociedade.

Literaturhinweise

CLARKE, Peter. Hope and Glory. Britain 1900-2000. London: Penguin Books, 2004.

CORRÊA, Roberto Lobato. “O urbano e a cultura: alguns estudos”. In: CORRÊA, Roberto & ROSENDAHL, Zeny (orgs.). Geografia Cultural: uma antologia, volume II. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2013. E-book.

HAESBAERT, Rogério. “Identidades territoriais”. In: CORRÊA, Roberto & ROSENDAHL, Zeny (orgs.). Geografia Cultural: uma antologia, volume II. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2013. E-book.

HARVEY, David. A Brief History of Neoliberalism. New York: Oxford University Press, 2007. E-book.

KENNEDY, Tristan. “How Irvine Welsh Went from Enfant Terrible to the Scottish Tourist Board's Favourite Guy”. In: Vice News. 18 dez. 2019. Disponível em: <https://www.vice.com/en_uk/article/g5xpp7/irvine-welsh-profile-scotland-trainspotting> Acesso em 30 abr. 2020

LE BOSSÉ, Mathias. “As questões de identidade em geografia cultural – algumas concepções contemporâneas”. In: CORRÊA, Roberto & ROSENDAHL, Zeny (orgs.). Geografia Cultural: uma antologia, volume II. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2013. E-book.

LEISHMAN, David. “A Parliament of Novels: the Politics of Scottish Fiction 1979-1999”. In: Revue Française de Civilisation Britannique, XIV-1, 2006. Disponível em: <http://rfcb.revues.org/1175> Acesso em 17 nov. 2018.

MACLEOD, Lewis. “Life among the Leith Plebs: Of Arseholes, Wankers, and Tourists in Irvine Welsh’s Trainspotting”. Studies in the Literary Imagination. 41.1 [S.l.], 2008. 89-106.

MCKAY, Ron. “Would the Real Irvine Welsh shoot up?” Disponível em: < https://www.theguardian.com/theobserver/1996/feb/04/featuresreview.review> Acesso em 30 abr. 2020.

MITCHELL, Hillary. “The fascinating history of the Banana Flats: Edinburgh’s most iconic Brutalist megastructure”. Disponível em: <https://www.edinburghlive.co.uk/news/edinburgh-news/fascinating-history-banana-flats-edinburghs-15602701> Acesso em 03 maio 2020.

MORACE, Robert. Welsh’s Trainspotting. New York: Continuum, 2001.

MORACE, Robert. Irvine Welsh (New British Fiction). New York: Palgrave MacMillan, 2007.

SKINNER, John. “Contemporary Scottish Novelists and the Stepmother Tongue”. In: HOENSELAARS, Ton; BUNING, Marius (orgs.). English Literature and Other Languages. Amsterdam: Rodopi, 1999. 211-220.

VERNON, James. Modern Britain: 1750 to the Present. Cambridge: Cambridge University Press, 2017.

WELSH, Irvine. Trainspotting. New York: W. W. Norton & Company, 1996.

WELSH, Irvine. Glue. London: Vintage, 2002.

WELSH, Irvine. The Blade Artist. London: Penguin Random House, 2016.

WELSH, Irvine. Porno. New York: W. W. Norton & Company, 2003.

WELSH, Irvine. Skagboys. London: Jonathan Cape, 2012.

WELSH, Irvine. Dead Men’s Trousers. London: Jonathan Cape, 2018.

Veröffentlicht

2021-07-29

Zitationsvorschlag

Santos Neto, A. G. dos . (2021). LEITH: LOCAL DE ABANDONO E OPRESSÃO EM TRAINSPOTTING DE IRVINE WELSH. Porto Das Letras, 7(Especial), 51–74. Abgerufen von https://sistemas.uft.edu.br/periodicos/index.php/portodasletras/article/view/11482

Ausgabe

Rubrik

Literaturas de Língua Portuguesa e de Língua Inglesa, Cultura e Política