TEIAS LINGUÍSTICAS: INFLUÊNCIAS TEÓRICAS E METODOLÓGICAS DA SOCIOLINGUÍSTICA

Resumo

No século XX, os escritos de Saussure estabeleceram as bases da Linguística Moderna introduzindo perspectivas que focavam na homogeneidade linguística, central no Estruturalismo. Esse enfoque estruturalista se concentrava na ideia de que as línguas funcionam como sistemas estáveis e homogêneos. No entanto surgiram posteriormente novas abordagens que levaram a uma compreensão mais ampla da heterogeneidade e da variação linguística. Essas perspectivas, centradas no Funcionalismo, reconhecem que as línguas são dinâmicas e diversificadas e refletem uma gama de variações e influências sociais. A partir isso buscou-se entender como a variação é socialmente regulada, contribuindo para a formação da Sociolinguística, principalmente a partir da década de 1960.  Partindo desse contexto, o objetivo deste trabalho é apresentar a trajetória dos estudos linguísticos e destacar as principais contribuições para o desenvolvimento do campo da Sociolinguística baseando-se nas formulações de Eckert (2005, 2010, 2016, 2018) e Freitag (2016), dentre outros. A análise histórica e teórica mostra que a Sociolinguística está relacionada à compreensão da língua como um fenômeno social, moldado pelas interações culturais. Esse trabalho analisa como o fato social, a variação linguística, a interação em comunidades de prática, e a estilística estão ligadas à construção das identidades sociais na perspectiva sociolinguística. Conclui-se que a Sociolinguística é um campo de estudo que reflete as demandas sociais, e a perspectiva de estudo em ondas proporciona a visão de sua evolução e traz reflexões sobre a interseção entre linguagem, identidade e sociedade.