Estudantes hispano falantes e seu aprendizado do português brasileiro

vicissitudes da linguagem formal e informal

Autores

  • Estefanía Hincapié Aguirre Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)
  • Flávia Girardo Botelho Borges PPGEL – Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)

Resumo

Resumo: As narrativas são um forte instrumento humano para compartilhar experiências e conhecimentos. Ao narrar suas experiências, os sujeitos revelam saberes, fragilidades, expectativas e aprendizagens. Partindo deste pressuposto, neste artigo, analisaremos o desenvolvimento da aprendizagem da língua portuguesa por estudantes hispano falantes, imersos no contexto brasileiro, situados entre dois tipos de linguagem: a linguagem formal ou acadêmica e a linguagem popular. Neste sentido, a análise estará baseada em um estudo de caso dentro do campo de estudos da Linguística Popular. Para conduzir esta pesquisa, uma questão foi estabelecida: Que narrativas surgem quando os estudantes falam de suas experiências praticando o português brasileiro? Além disso, foi estabelecido um objetivo: descrever as narrativas contadas pelos estudantes. A amostra é composta por dois participantes que vivem no Brasil e estão estudando seu mestrado. Foi selecionada a entrevista semiestruturada como o instrumento de coleta de dados, baseada em perguntas sobre as experiências dos estudantes no aprendizado e na prática do português brasileiro. Os resultados das análises revelaram que os participantes da amostra aprendem a escrever e falar corretamente para entrar em uma vida acadêmica, não tanto em uma vida social, e que quando estão tendo uma conversa informal, ao encontrar essa linguagem popular brasileira, leva um pouco mais de tempo para eles compreenderem sentenças e decifrar o significado de algumas palavras. Em síntese, o estudo revelou que quando eles têm uma imersão social, tudo muda, porque aprendem dois tipos de linguagem, o jargão coloquial e a linguagem acadêmica.

Palavras-chave: linguística popular; aprendizagem de línguas; estudantes hispano falantes.

Biografia do Autor

Estefanía Hincapié Aguirre, Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)

Possui graduação em LICENCIATURA BÁSICA CON ÉNFASIS EN INGLÉS pela Universidad Distrital Francisco José de Caldas (Bogotá, Colombia-2015). Atualmente é bolsista da CAPES PAEC/OEA e está fazendo seu mestrado em ESTUDOS DE LINGUAGEM na linha de Linguística na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Tem experiência na área de linguística como docente de aula (inglês e espanhol).

Flávia Girardo Botelho Borges, PPGEL – Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)

Possui graduação em Letras pela Universidade Federal de Mato Grosso (1999) e mestrado em Educação pela Universidade Federal de Mato Grosso (2005) e doutorado em Linguística pela Universidade Federal de Pernambuco. Atualmente é professora do Programa de Pós-graduação em Estudos da Linguagem (UFMT) e líder do Grupo de Pesquisa em Linguagem, Ensino, Interação e Aprendizagem (LEIA). É coordenadora pedagógica e professora dos cursos de Português para Estrangeiros e do exame CELPE-BRAS da UFMT. Também participa como coordenadora da área de Português para Estrangeiros da Rede Andifes-IsF. Tem experiência na área de Linguística, atuando principalmente nos seguintes temas: Português como língua estrangeira/segunda/adicional; Formação de Professores de Português como língua estrangeira/adicional, Letramentos, Didática do ensino-aprendizagem de línguas.

Referências

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Publicado

2021-11-07

Como Citar

Hincapié Aguirre, E., & Girardo Botelho Borges, F. (2021). Estudantes hispano falantes e seu aprendizado do português brasileiro: vicissitudes da linguagem formal e informal. Porto Das Letras, 7(4), 41–58. Recuperado de https://sistemas.uft.edu.br/periodicos/index.php/portodasletras/article/view/12434