Boroca

indícios lexicais e geolinguísticos

Autores

  • Patrícia Andréa Borges Instituto de Estudos da Linguagem - Unicamp/ Mestrado em Linguística
  • Greize Alves da Silva Universidade Federal do Tocantins - UFT

Palavras-chave:

Léxico, Dialetologia, Garimpo de Serra Pelada, Boroca, Lexicon, Dialectology, Serra Pelada mining site

Resumo

Partindo de uma inquietação surgida nas entrevistas que resultaram no Atlas Linguístico Topodinâmico e Topoestático do Tocantins - ALiTTETO (SILVA, 2018), este artigo investiga a possível ‘gênese’ do termo boroca, que, de acordo com a definição de informantes tocantinenses, é a mesma coisa que bolsa, mala. A pesquisa parte da busca lexicográfica, com intuito de verificar esse possível ‘nascimento’, investigando as ocorrências e a frequência do termo em jornais e periódicos disponíveis no arquivo digital da hemeroteca da Biblioteca Nacional, até chegarmos aos relatos dos informantes que ligam o curioso termo ao universo do garimpo. A partir dos estudos lexicográficos e dialetológicos é que se pode verificar o comportamento da boroca através do tempo: inicialmente entendida como nome próprio, após como sobrenome, nome de animal e, na década de 1980 como designativo para um tipo de bolsa de couro, nomeação possivelmente atribuída na “efervescência linguística” do garimpo de Serra Pelada, no sudeste do Pará.

Biografia do Autor

Greize Alves da Silva, Universidade Federal do Tocantins - UFT

Doutorado em Estudos da Linguagem. Docente na Universidade Federal do Tocantins. 

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Publicado

2020-10-07

Como Citar

Borges, P. A., & Silva, G. A. da. (2020). Boroca: indícios lexicais e geolinguísticos. Porto Das Letras, 6(3), 11–37. Recuperado de https://sistemas.uft.edu.br/periodicos/index.php/portodasletras/article/view/10282

Edição

Seção

Léxico e Dialetologia

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