O CONCEITO DE TERRITÓRIO DENTRO DE COMUNIDADES TRADICIONAIS BRASILEIRAS

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20873/uft.2447-4266.2016v2Especial2p442

Palavras-chave:

Comunidade Tradicional, Cultura, Território

Resumo

Na busca por caminhos para o seu desenvolvimento e sustentabilidade os seres humanos se organizaram em grupamentos de diversos níveis de complexidade, fazendo surgir comunidades (com estruturas mais simples e relacionadas à afetividade) e sociedades (pautadas por mecanismos legais estruturados como leis e contratos). Neste campo, considerando a tradição e a cultura dos povos, foram se esculpindo as comunidades tradicionais. A delimitação conceitual de povos e comunidades tradicionais e a convergência entre este tema com a promoção do desenvolvimento sustentável foi muito fortalecido no Brasil após a promulgação da Constituição Federal de 1988 e no seu desdobramento legislações que buscam regular as relações e os conflitos de interesse entre atores sociais diversos. Dentre os diversos temas e termos tratados nas últimas décadas, a aplicação do termo “território” na interlocução com comunidades tradicionais tem exigido bons debates teóricos e muitos estudos sobre a relação do homem com a natureza. Este artigo trata do diálogo teórico sobre este novo campo, com o intuito de ajudar na estruturação científica e prática da aplicação do termo “território”.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Nelson Russo de Moraes, Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquista Filho, Campus Tupã

Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea pela UFBA, Mestre em Serviço Social pela UNESP, Graduado em Administração pela Instituição Toledo de Ensino de Bauru/SP. Coordenador do Grupo de Pesquisa em Democracia e Gestão Social (GEDGS). Professor do Curso de Graduação em Administração e do Mestrado em Agronegócio e Desenvolvimento, UNESP-Tupã. E-mail: nelsonrusso@tupa.unesp.br.

Alexandre de Castro Campos, Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquista Filho, Campus Tupã

Geógrafo. Pesquisador voluntário do Grupo de Pesquisa em Democracia e Gestão Social (GEDGS/UNESP). E-mail: alexandregeo@hotmail.com

Neuza de Moraes Müller, Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquista Filho, Campus Tupã

Pedagoga. Pesquisadora voluntária do Grupo de Pesquisa em Democracia e Gestão Social (GEDGS/UNESP). E-mail: neuzammuller@hotmail.com.

Fábio Brega Gamba, Governo do Estado do Tocantins

Biólogo. Governo do Estado do Tocantins. Pesquisadora voluntária do Grupo de Pesquisa em Democracia e Gestão Social (GEDGS/UNESP). E-mail: fabio.gamba@naturatins.to.gov.br.

Maria Fernanda Dantas Di Flora Gamba, Governo do Estado do Tocantins

Enfermeira. Pesquisadora voluntária do Grupo de Pesquisa em Democracia e Gestão Social (GEDGS/UNESP). Governo do Estado do Tocantins. E-mail: flora.mfd@gmail.com.

Waleska Reali de Oliveira Braga, Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquista Filho, Campus Tupã

Geógrafa. Mestranda do PPGAD/UNESP. Pesquisadora voluntária do Grupo de Pesquisa em Democracia e Gestão Social (GEDGS/UNESP). E-mail: waleskareali@gmail.com.

Referências

ABRAMOVAY, R. O capital social dos territórios: repensando o desenvolvimento rural. Economia Aplicada. v. 4, n° 2, abril/junho. São Paulo: USP, 2000.

________________. O futuro das regiões rurais. Porto Alegre: UFRGS, 2003.

ARAÚJO, S.M.; BRIDI, Maria Aparecida; MOTIM, Benilde Lenzi. Sociologia: um olhar crítico. São Paulo: Contexto, 2013.

AZEVEDO, M. Comunidades eclesiais de base e inculturação da fé. São Paulo: Loyola, 1996.

BEHRING, E.R.; BOSCHETTI, I. Política social: fundamentos e história. São Paulo: Cortez, 2006.

BRANCALEONE, C. Comunidade, sociedade e sociabilidade: revisitando Ferdinand Tönnies. Revista de Ciências Sociais. V.39, n.1, 2008. Disponível em <http://www.rcs.ufc.br/edicoes/v39n2/rcs_v39n2a7.pdf>>. Acesso em 10/07/2016.

BRANDÃO, C.R. A comunidade tradicional. In: COSTA, João Batista Almeida. LUZ, Cláudia (Orgs.). Cerrado, Gerais, Sertão: comunidades tradicionais dos sertões roseanos. Montes Claros: 2010. P 1-365. Disponível em: <http://www.nupaub.fflch.usp.br/sites/nupaub.fflch.usp.br/files/a%20comunidade%20trad160.pdf>. Acesso: 20/05/2015.

BRASIL. Lei n°6040, de 7 de fevereiro de 2007. Institui a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/decreto/d6040.htm>. Acesso em 21 de fevereiro de 2015.

________. Lei n°10884, de 13 de julho de 2003. Cria a Comissão Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Dnn/Dnn10884.htm>. Acesso em 21 de fevereiro de 2015.

COSTA, C. Sociologia: introdução à ciência da sociedade. São Paulo: Moderna, 2010.

CUNHA, C. J.; HOLANDA, F. S. R. Relação Homem-Natureza: A Pertinência da Ética Ambiental em Agroecossistemas no Estuário do Baixo São Francisco. Revista da Fapese, v. 2, n. 1, p. 113-124, jan./jun. 2006.

DIEGUES et al. Biodiversidade e Comunidades Tradicionais no Brasil. São Paulo: Cobio, 2000.

FAVRE, HENRI. A civilização Inca. Rio de Janeiro: Zahar, 2004.

FUNDAÇÃO PALMARES. Quilombos ainda existem no Brasil. Disponível em <http://www.palmares.gov.br/?p=3041&lang=en>. Acesso em 24/06/2016.

GONÇALVES, J. C. Homem-Natureza: Uma relação conflitante ao longo da história. SABER ACADÊMICO, n. 06, dez. p. 171-177. 2008.

HALL, J.A.; YKEMBERRY, G.J. O Estado. Lisboa/Portugal: Estampa, 1990.

HALL, Stuart. Identidades culturais na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&ª, 1997.

IANNI, O. Sociologia da sociologia. São Paulo: Ática, 1989.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em <http://www.ibge. gov.br>. Acesso em 24 de março de 2016.

LARAIA, R.B. Cultura. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006.

LITTLE, J.P. Territórios sociais e povos tradicionais no Brasil: por uma antropologia da territorialidade. Brasília: UNB, 2002. Disponível em <<http://www.direito.mppr.mp.br/arquivos/File/PaulLittle_1.pdf>>. Acesso em 05/08/2016.

MANNHEIM, K. O homem e a sociedade: estudos sobre a estrutura social moderna. Rio de Janeiro: Zahar, 1962.

MORAES, N.R. As empresas e o atendimento às demandas sociais em Bauru/SP: responsabilidade ou marketing? 2005. 140f. Dissertação (Mestrado em Serviço Social). Faculdade de História, Direito e Serviço Social. Franca/SP: UNESP, 2005.

________; et al. O desafio do desenvolvimento nas comunidades tradicionais brasileiras: análise da delimitação conceitual. Anais do Congresso Nacional de Pesquisadores em Economia Solidária – CONPES. São Carlos/SP: UFSCar, 2015.

MORAES, N. R.; MARTÍNEZ, M.; RUIZ, S.; MOMBELLI, G.; BISPO, B.; SILVA, G.; PACANARO, Y. Origens teóricas da corrupção na gestão pública contemporânea: debate conceitual. Revista Observatório, v. 1, n. 2, p. 156-173, 8 dez. 2015. DOI: https://doi.org/10.20873/uft.2447-4266.2015v1n2p156.

MEIHY, J. C. Memória, oralidade e realismo fantástico: A tumba de Leo Kopp no Cemitério Central de Bogotá. Revista Observatório, v. 2, n. 1, p. 24-53, 1 maio 2016. DOI: https://doi.org/10.20873/uft.2447-4266.2016v2n1p24.

OLIVEIRA, A. M. S. Relação Homem/Natureza no modo de produção capitalista. Revista FCT/UNESP. São Paulo: UNESP, 2011. Disponível em <<http://revista.fct.unesp.br/index.php/pegada/article/viewFile/793/816>>. Acesso em 05/08/2016.

PEREIRA, G. A natureza (dos) nos fatos urbanos: produção do espaço e degradação ambiental. Desenvolvimento e Meio Ambiente, n. 3, p. 33-51, jan./jun. Curitiba: UFPR, 2001.

PEREIRA, L.M. Demarcação de terras Kaiowa e guarani em MS: ocupação tradicional, reordenamentos organizacionais e gestão territorial. Tellus ano 10, n.18, jan/jun. 2010. Campo Grande/MS: Tellus, 2010. Disponível em <http://www.tellus.ucdb.br/index.php/tellus/article/viewFile/202/234>> . Acesso em 25/07/2016.

RABUSKE, E.A. O homem – um ser de cultura. Petrópolis: Vozes, 2001.

RAFFESTIN, Claude. Por uma geografia do poder. São Paulo: Ática, 1993.

SANTOS, M. 1992: A redescoberta da Natureza. Estudos Avançados, 6 (14). p. 95-106. 1992.

SILVA, M.O. Saindo da invisibilidade - a política nacional de povos e comunidades tradicionais. Revista Inclusão Social. Brasília, v.2, n.2, p.7-9, 2007. Disponível em: <http://revista.ibict.br/inclusao/index.php/inclusao/article/view/9>. Acesso em 22/02/15.

TÖNNIES, F. Comunidad y sociedade. Buenos Aires/Argentina: Losada, 1947.

TRES, D. R; REIS, A.; SCHLINDWEIN, S. L. A construção de cenários da relação homem-natureza sob uma perspectiva sistêmica para o estudo da paisagem em fazendas produtoras de madeira no planalto norte catarinense. Ambiente & Sociedade. Campinas, v. XIV, n. 1, p. 151-173, jan.-jun. 2011.

VIEIRA, Marcelo Garcia. Os direitos fundamentais das comunidades tradicionais: crítica ao etnocentrismo ambiental brasileiro. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2014.

Publicado

2016-10-30

Como Citar

MORAES, Nelson Russo de; CAMPOS, Alexandre de Castro; MÜLLER, Neuza de Moraes; GAMBA, Fábio Brega; GAMBA, Maria Fernanda Dantas Di Flora; BRAGA, Waleska Reali de Oliveira. O CONCEITO DE TERRITÓRIO DENTRO DE COMUNIDADES TRADICIONAIS BRASILEIRAS. Revista Observatório , [S. l.], v. 2, n. 4, p. 442–455, 2016. DOI: 10.20873/uft.2447-4266.2016v2Especial2p442. Disponível em: https://sistemas.uft.edu.br/periodicos/index.php/observatorio/article/view/2869. Acesso em: 22 nov. 2024.

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

<< < 1 2 3 4 > >>