FEMINICÍDIOS NA MÍDIA E DESUMANIZAÇÃO DAS MULHERES
DOI:
https://doi.org/10.20873/uft.2447-4266.2017v3n6p465Palavras-chave:
Feminicídio, femigenocídio, desigualdades de gênero, mídia sexista, espetacularização, pedagogiasResumo
Este artigo examina o tratamento dado pela mídia à violência de gênero extrema contra as mulheres, o feminicídio. Se o feminicida reitera os lugares de gênero ao praticar esse crime, a análise da amostra de matérias reunidas sobre feminicídios ocorridos no Brasil — concentradamente, em Brasília (DF), nos anos de 2015 e 2016 — aponta também para o exercício de uma pedagogia da crueldade, por meio da qual a mídia ensina à sociedade a não ter empatia com a vítima (SEGATO, 2016). As matérias são predominantemente descontínuas e pontuais, provocando o sentimento de que os feminicídios são fatos isolados. Aproximando-nos da questão, constatamos ter na sociedade brasileira um fenômeno de femigenocídio, tanto pela magnitude do problema quanto pela intensificação das perversidades (THURLER, 2017). Os discursos midiáticos precisam adotar perspectivas de gênero, e registrar os processos vivenciados pelas mulheres na direção de maior protagonismo.
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