A Identidade da Cor em Luandino Vieira e Luís Bernardo Honwana
Palavras-chave:
Literatura, Angola, Moçambique, Identidade, Raça.Resumo
Tendo como princípio norteador as discussões difundidas por Homi Bhabha, Hanna Arendt e Stuart Hall acerca dos conceitos de cultura, raça, identidade e pós-colonialismo voltamos o olhar para a realidade histórica e social de Angola e Moçambique e buscamos realizar uma análise literária e sociológica dos contos “As mãos dos Pretos”, de escritor moçambicano Luís Bernardo Honwana; “A fronteira de asfalto” e “Zito Makoa, da 4ª classe”, do escritor angolano José Luandino Vieira. Nosso objetivo foi tentar desvelar o lugar de fala dos personagens dos contos, nos três casos crianças negras e brancas, considerando as relações intersticiais promovidas nas narrativas nas quais estes personagens atuam. Estabelecemos uma relação entre a literatura e a história dos dois países, colônias portuguesas, enquanto países que sofreram com diversos conflitos políticos e sociais em decorrência do processo de colonização. Neste cenário conturbado e atingido por constantes guerras, verificou-se a representação de situações em que o encontro de diferentes culturas acaba gerando um espaço de conflitos sociais entre os sujeitos deste processo, como os preconceitos raciais e de classe, e o surgimento de entidades repressoras que interferem na vida social realocando as identidades frente às diferenças culturais latentes. Especificamente, quando todos os conflitos são transferidos, nos contos, para o universo da infância, período de transição em que o indivíduo sofre diversas influências que poderão agir simultaneamente para definir a sua personalidade e a sua identidade, estas entidades repressoras agirão como formadores da consciência das novas gerações.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os autores concordam com os termos da Declaração de Direito Autoral, que se aplicará a esta submissão caso seja publicada nesta revista (comentários ao editor podem ser incluídos a seguir).