A função da arte em Um retrato do artista quando jovem: paradigmas estéticos
DOI :
https://doi.org/10.20873.24213Mots-clés :
Literatura; Stephen Dedalus; TomismoRésumé
Resumo: Esta pesquisa tem o intuito de analisar Um retrato do artista quando jovem, de James Joyce (1882-1941), a fim discutir de que maneira a função da arte é pensada por seu protagonista, Stephen Dedalus, que tenta se projetar como artista. Partindo dos pressupostos que o personagem é o alter ego do autor e que o enredo da obra se constitui em uma ficção biográfica que foi construída ao longo de dez anos (1904-1914), consideramos pertinente avaliar as principais relações intertextuais da obra a fim de ilustrar como o destino de Dedalus já estava premente desde o início do romance e como essa revelação vai sendo construída sutilmente até seu ápice, quando o herói resolve tomar posse de sua fortuna. Diante disso, pretendemos mostrar como as percepções desse personagem dialogam com os posicionamentos filosóficos de alguns pensadores, sobretudo São Tomás de Aquino. Nossa proposta se divide em três etapas. A primeira apresenta as relações intertextuais do romance que culminarão no destino do personagem como se ele já estivesse predestinado à arte desde seu nascimento, com base na fundamentação teórica de Sandra Nitrini (2000) e nas análises de Flávio Quintale (2018) e Vitor Alevato do Amaral (2022); a segunda traz alguns conceitos gerais de estética e suas aplicações nesse romance de Joyce e se fundamenta principalmente nas ideias de Katherin Rosenfield (2006) e Adolfo Sanchez (1999) e a terceira propõe o diálogo das sessões anteriores com a escolástica proposta por São Tomás de Aquino (1947), conhecida como Tomismo, no que concerne a discussão sobre a função da arte.
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