UM MUNDO SÓ PARA OS NEGROS

experiência religiosa e racismo nos escritos de Carolina Maria de Jesus

Autores/as

Palabras clave:

catolicismo, experiência religiosa, racismo

Resumen

Este texto tem como objetivo investigar os significados construídos pela escritora Carolina Maria de Jesus a respeito do Deus Cristão, sua relação com o racismo e com a situação da desigualdade social vivenciada pela população negra da qual fazia parte. Para tanto, pretendemos analisar os modos pelos quais sua vivência do catolicismo está presente em suas narrativas autobiográficas, no processo de formação de sua visão de mundo e de sua auto compreensão enquanto escritora negra, pobre, (ex-)favelada, marginalizada. O artigo pretende, assim, problematizar e interpretar os significados da experiência religiosa presentes nas seguintes publicações da autora: Quarto de Despejo, Casa de Alvenaria e Diário de Bitita.

Biografía del autor/a

Robert Daibert Junior Junior, Universidade Federal de Juiz de Fora

Licenciado e Bacharel em História pela Universidade Federal de Juiz de Fora (1998), Mestre em História pela Universidade Estadual de Campinas (2001) e Doutor em História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2007). Professor Associado III da Universidade Federal de Juiz de Fora, onde atua no Programa de Pós-graduação em História e no Programa de Pós-Graduação em Ciência da Religião. Email: robertdaibert@uol.com.br 

Bárbara Inês Ribeiro Simões Daibert, Universidade Federal de Juiz de Fora

Possui graduação em Letras - Língua Inglesa e suas Literaturas - Língua Portuguesa e suas Literaturas - Língua Latina e suas Literaturas pela Universidade Federal de Juiz de Fora (1999). É mestre em Letras - Teoria da Literatura pela Universidade Federal de Juiz de Fora (2002) e doutora em Literatura Comparada pela Universidade Federal Fluminense (2009). Atualmente é Professora Associada I na Universidade Federal de Juiz de Fora, onde atua como professora no Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários. Email: barbarasimoes2005@uol.com.br

Citas

BAKHTIN, Mikhail. Estética da Criação Verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
BHABHA, Homi. Signs Taken for Wonders. In: The Post-Colonial Studies Reader. Eds. Bill Ashcroft et al. London: Routledge, 1997. pp. 29-35.
BRANDÃO, Carlos. Os deuses do povo. São Paulo: Brasiliense, 1980.
CORONEL, Luciana. “Escrita e moradia em Carolina Maria de Jesus e Virginia Woolf”. In: ARRUDA, Aline; BARROCA, Iara; TOLENTINO, Luana; MARRECO, Maria Inês. (orgs.) Memorialismo e resistência: estudos sobre Carolina Maria de Jesus. Jundiaí: Paco Editorial, 2016.
DANTAS, Audálio. “Nossa irmã Carolina”. In: JESUS, Carolina Maria de. Quarto de despejo: diário de uma favelada. São Paulo: Livraria Francisco Alves; Edito¬ra Paulo de Azevedo, 1960, p. 5-12.
______. A atualidade do mundo de Carolina. In: JESUS, Carolina Maria. Quarto de Despejo: diário de uma favelada. 10 ed. São Paulo: Ática, 2014.
FARIAS, Tom. Carolina: uma biografia. Rio de Janeiro: Malê, 2017.
FOUCAULT, Michel. Microfísica do Poder. Rio de Janeiro: Graal, 1979.
GUEDES, V. “Can the Subaltern Speak?: vozes femininas contemporâneas da África Ocidental”. In: GAZOLLA, Ana Lúcia & ALMEIDA, Sandra Regina Goulart. (orgs.). Gênero e Representação em Literaturas de Língua Inglesa. Belo Horizonte: UFMG, 2002, p. 185-190.
GUHA, Ranajit. “On Some Aspects of the Historiography of Colonial India”. Subaltern Studies 1: Writings on South Asian History and Society. Delhi: OUP, 1982.
GODINHO, Marta Teresinha. “O quarto e as demais dependências da casa de Carolina”. In: MEIHY, José Carlos Sebe Bom & LEVINE Robert. Cinderela negra: a saga de Carolina Maria de Jesus. Rio de Janeiro: Editora da UFRJ, 1994, p. 150-160.
JESUS, Carolina Maria de. Quarto de Despejo: diário de uma favelada. 10 ed. São Paulo: Ática, 2014a.
______. Diário de Bitita. São Paulo: SESI, 2014b.
______. Casa de Alvenaria: diário de uma ex-favelada. Rio de Janeiro: Editora Paulo de Azevedo, 1961.
______. Meu Estranho Diário. Organização de José Carlos Sebe Bom Meihy e Robert M. Levine. São Paulo: Xamã, 1996.
LEVINE, Robert. Uma história para Carolina. In: MEIHY, José Carlos Sebe Bom & ______. Cinderela negra: a saga de Carolina Maria de Jesus. Rio de Janeiro: Editora da UFRJ, 1994.
LIMA, Vera Eunice de Jesus. “Esta história é meio minha e meio de minha mãe”. In: MEIHY, José Carlos Sebe Bom & LEVINE Robert. Cinderela negra: a saga de Carolina Maria de Jesus. Rio de Janeiro: Editora da UFRJ, 1994, p. 64-87.
MEIHY, José Carlos Sebe Bom & LEVINE, Robert. Cinderela negra: a saga de Carolina Maria de Jesus. Rio de Janeiro: Editora da UFRJ, 1994.
MONTES, Maria Lúcia. “As figuras do sagrado: entre o público e o privado”. In: SCHWARCZ, Lilia. (org.) História da Vida Privada no Brasil: contrastes da intimidade contemporânea. v. 4. São Paulo: Companhia das Letras, 1998, p. 63-171.
SOUZA, Lynn Mario. “Hibridismo e tradução cultural em Bhabha”. In: ABDALA JÚNIOR, Benjamin (org). Margens da cultura: mestiçagem, hibridismo & outras misturas. São Paulo: Boitempo, 2004, p. 113-133.
SPIVAK, Gayatri Chakravorty. “Can the subaltern speak?” In: GROSSBERG, Lawrence & NELSON, Cary (orgs) Marxism and the interpretation of culture. London: Macmillan, 1988.
______. Who Claims Alterity. In: Remaking History: Discussion in Contemporary History. Eds. Barbara Kruger and Phil Mariani. Seattle: Bay Press, 1989, p. 269- 292.
______. Foreward: Upon Reading the Companion to Postcolonial Studies. A
Companion to Postcolonial Studies, 2000.

Publicado

2021-06-05

Cómo citar

Junior, R. D. J., & Inês Ribeiro Simões Daibert, B. (2021). UM MUNDO SÓ PARA OS NEGROS: experiência religiosa e racismo nos escritos de Carolina Maria de Jesus. Porto Das Letras, 7(3), 201–226. Recuperado a partir de https://sistemas.uft.edu.br/periodicos/index.php/portodasletras/article/view/11485

Número

Sección

Literaturas de Língua Portuguesa e de Língua Inglesa, Cultura e Política