Trabalho vivo como apropriação do inapropriável e criação de formas de vida

Autores/as

  • João Batista de Oliveira Ferreira Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
  • Soraya Rodrigues Martins Universidade Federal Fluminense (UFF). Professor Adjunto Lotação Departamento de psicologia Campus Rio das Ostras http://orcid.org/0000-0001-8797-5772
  • Fernando de Oliveira Vieira Professor Associado I da Universidade Federal Fluminense http://orcid.org/0000-0003-3743-1413

Palabras clave:

Trabalho vivo, formas de vida, psicodinâmica do trabalho

Resumen

Neste artigo, procuramos analisar e articular algumas noções de trabalho vivo com a produção de formas de vida ética e politicamente qualificadas. Para este percurso, resgatamos algumas proposições, principalmente de Karl Marx, Hannah Arendt, Christophe Dejours e Giorgio Agamben, a partir das quais tentaremos pensar o trabalho vivo como ação instituinte das formas de vida que são produzidas a partir de experiências do real, entendidas aqui como experiências de apropriação do inapropriável, noção que desenvolveremos ao longo do artigo.

Biografía del autor/a

João Batista de Oliveira Ferreira, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Professor Adjunto do Programa de Pós-Graduação em Psicologia e da Graduação em Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Psicólogo (UFRGS). Mestre em Psicologia (UnB). Doutor em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações (UnB). Pesquisador do grupo Psicodinâmica e Clínica do Trabalho do CNPq e da Associação Nacional de Pós-graduação em Psicologia (Anpepp). Coordenador de Integração Acadêmica de Graduação do Centro de Filosofia e Ciências Humanas da UFRJ. Coordenador do Núcleo Trabalho Vivo - Pesquisas em Arte, Trabalho e Ações Coletiva. Experiência nas áreas de Psicologia Clínica, Psicologia Social e do Trabalho. Pesquisa a articulação entre arte, trabalho, ações coletivas e política; com ênfase nas ações coletivas de mobilização, transformação e processos de subjetivação relacionados às situações de trabalho, vivências de prazer-sofrimento, ato estético como experiência do trabalho vivo da criação, patologias e adoecimento psíquico, violência psicológica, assédio moral e servidão voluntária; ações de intervenção e clínicas do trabalho. Autor dos livros Perdi um jeito de sorrir que eu tinha: violência psicológica, assédio moral e servidão voluntária (2009), Do poema nasce o poeta: trabalho, criação literária e subjetivação (2011) e O doce vermelho das beterrabas (contos, 2006). Artigos publicados em livros e periódicos, entre os quais: Sobrevivências, clandestinidades, lampejos: o trabalho vivo da criação literária (2014); O sujeito no trabalho: entre a saúde e a patologia (2013), Dicionário crítico de gestão e psicodinâmica do trabalho (2013), Violência psicológica e assédio moral no trabalho: pesquisas brasileiras (2008), Diálogos em psicodinâmica do trabalho (2007). Email: ferreira.jb@gmail.com. Páginas facebook: @arte.ufrj e @trabalhovivo.ufrj

Soraya Rodrigues Martins, Universidade Federal Fluminense (UFF). Professor Adjunto Lotação Departamento de psicologia Campus Rio das Ostras

Doutora em Psicologia Clínica (PUCSP), Mestre  em psicologia-  linha de pesquisa Organizações humanas, trabalho e o fenômeno das representações sociais (UFSC).

Possui vínculo com a Universidade Federal Fluminense (UFF). Professor Adjunto Lotação Departamento de psicologia Campus Rio das Ostras

Fernando de Oliveira Vieira, Professor Associado I da Universidade Federal Fluminense

Doutor em Educação, pela UNIMEP - Universidade Metodista de Piracicaba, Professor Associado I da Universidade Federal Fluminense

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Wagner, E. S. (2002). Hannah Arendt e Karl Marx. O mundo do trabalho. São Paulo: Atelie.

Publicado

2016-11-01

Cómo citar

Ferreira, J. B. de O., Martins, S. R., & Vieira, F. de O. (2016). Trabalho vivo como apropriação do inapropriável e criação de formas de vida. Trabalho (En)Cena, 1(1), 29–49. Recuperado a partir de https://sistemas.uft.edu.br/periodicos/index.php/encena/article/view/2336

Número

Sección

Artículos Teóricos y Empíricos