O significado da aposentadoria para pessoas aposentadas de um órgão público

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20873/2526-1487V2N126

Palavras-chave:

aposentadoria, semiótica, ergonomia da atividade

Resumo

Esta pesquisa objetivou compreender o significado da aposentadoria para pessoas aposentadas de um órgão público. Participaram 24 servidores aposentados. Realizou-se entrevistas individuais com roteiro semiestruturado. Os dados foram tratados por meio da Análise dos Discursos. Os resultados indicam significantes positivos em relação à percepção da aposentadoria para os aposentados, como liberdade e merecimento. Já os significantes da percepção social da aposentadoria na visão dos aposentados indicam aspectos negativos como inatividade e invalidez, além de apontamentos em relação à velhice. Sendo assim, a forma como os outros veem a aposentadoria é mais negativa do que o significado da aposentadoria para os próprios participantes.

Biografia do Autor

Carla Sabrina Antloga, Universidade de Brasília

Doutora em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações, com ênfase em Ergonomia da Atividade Aplicada à Qualidade de Vida no Trabalho - EAAQVT (PSTO-UnB). Professora Adjunta do Departamento de Psicologia Social e do Trabalho na Universidade de Brasília. Coordenadora do Curso de Graduação em Psicologia da UnB. Coordenadora do Grupo de Estudos em Psicodinâmica do Trabalho Feminino, vinculado ao Laboratório de Psicodinâmica e Clínica do Trabalho - LPCT (Instituto de Psicologia, UnB). Tem experiência na área de Psicologia, com ênfase em Fatores Humanos no Trabalho, atuando principalmente nas seguintes áreas: Psicodinâmica do Trabalho e Clínica do Trabalho.

Solene Nobre de Medeiros, Universidade de Brasília (UnB)

Mestre em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações pela Universidade de Brasília. Especialista em Psicologia Clínica e Psicologia do Trânsito pelo Conselho Federal de Psicologia. Especialista em Teoria Psicanalítica e em Psicodinâmica do Trabalho pela Universidade de Brasília (UnB). Graduada em Letras e em Psicologia. Servidora pública, psicóloga clínica e clínica do trabalho. Coordenadora do Programa de Preparação para Aposentadoria do DETRAN.

Rebeca Moreira, Universidade de Brasília (UnB)

Possui graduação em LETRAS pela Universidade de Brasília - UnB (2006). Atualmente, cursa graduação em Psicologia na Universidade de Brasília. É servidora Pública na área de Educação para o Trânsito.

Marina Maia, Universidade de Brasília (UnB)

Mestre em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações (PG-PSTO, UnB). Psicóloga e bacharela em psicologia (UnB). Professora substituta no departamento de Psicologia Social e do Trabalho (PST - UnB). Professora no Centro Universitário Projeção.

Referências

Abrahão, J., Sznewar, L., Silvino, A., Sarmet, M., & Pinho, D. (2009). Introdução à ergonomia: da prática à teoria. São Paulo: Blucher.
Atchley, R. C. (1999). Continuity and adaptation in aging: creating positive experiences. Baltimore: Johns Hopkins University Press.
Beauvoir, S. (1990). A velhice (La vieillesse). Rio de Janeiro: Nova Fronteira.
Brasília (2011). Trabalhar com trânsito: atividades de prazer e sofrimento. Relatório de Pesquisa sobre Trabalho e Saúde. Gerência de Gestão de Pessoas, Núcleo de Qualidade de Vida, Laboratório de Psicodinâmica e Clínica do Trabalho (CPCT). Detran-DF. Retirado de http://extranet.detran.df.gov.br/images/stories/DIRIN/arquivos/RelatorioPesquisaTrabalhoSaudeDetranDF.pdf
Beehr, T. A., & Bennett, M. M. (2007). Examining retirement from a multi-level perspective. In K. S. Shultz & G. A. Adams (Eds.), Aging and work in the 21st century (pp. 277–302). Mahwah, New Jersey: Lawrence Erlbaum Associates (LEA).
Codo, W. (1996). Um diagnóstico do trabalho (em busca do prazer). In A. Tamayo, J. Borges-Andrade, & W. Codo (Orgs), Trabalho, cultura e organizações (Coletâneas da Anpepp no. 11, pag. 36-55). Rio de Janeiro: Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Psicologia. Retirado de http://www.infocien.org/Interface/Colets/v01n11a05.pdf
Ferreira, M. C. (2003). O sujeito forja o ambiente, o ambiente "forja" o sujeito: Inter-relação indivíduo-ambiente em ergonomia da atividade. Em: M. C. Ferreira, S. Dal-Rosso & A. Barbiero (Orgs.). (2003). A Regulação Social do Trabalho. Brasília, UnB: Editora Paralelo 15, pp. 21-45.
Ferreira, M. C. & Mendes, A. M. (2003). Trabalho e riscos de adoecimento: o caso dos auditores-fiscais da Previdência Social Brasileira (Cap. 1, pp. 31-60). Brasília: Ler, Pensar, Agir.
Fiorin, J. L. (2005). Elementos da análise do discurso. São Paulo: Contexto.
Fiorin, J. L. (2012). Da necessidade da distinção entre texto e discurso. In: B. Brait. & M.C. Souza-e-Silva (Orgs), Texto ou discurso? São Paulo: Contexto, pp 145 - 165.
Fontanille, J. (2007). Semiótica do Discurso. São Paulo: Contexto.
França, L. S. (2003). Quando o entardecer chega... o envelhecimento ainda surpreende muitos: programa de preparação para a aposentadoria. Retirado de http://www.guiarh.com.br/pp46.html
França, C. L., Murta, S. G., Negreiros, J. L., Pedralho, M. & Carvalhedo, R. (2013). Intervenção breve na preparação para a aposentadoria. Revista Brasileira de Orientação Profissional,14 (1), pp. 99-110.
Guérin, F., Laville, A., Daniellou, F., Duraffourg, J. & Kerguelen, A (2001). Compreender o trabalho para transformá-lo: a prática da ergonomia (1ª ed., G. M. J. Ingratta & M. Maffei, Trad.) (Cap. 2, pp. 7-46); (Cap. 5, 79-84). São Paulo: Edgard Blücher.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística [IBGE]. (2013). Projeção da População do Brasil por Sexo e Idade: 2000 - 2060. Acesso em 26 de maio de 2015 em http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/projecao_da_populacao/2013/default.shtm
Leão, I.B. (1999). Os professores universitários: a emoção e o pensamento em um trabalho intelectual institucionalizado. Tese de Doutorado, PUC, São Paulo.
León, L. M. (1999). Pensando na qualidade de vida ao aposentar. Em L. A. M. Guimarães & S. Grubits (Orgs.), Série saúde mental e trabalho (vol I). São Paulo: Casa do Psicólogo.
Luria, A. R. (1994). Curso de Psicologia Geral - Linguagem e Pensamento (Vol. 4). Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira.
Minayo, M. C. S. (Org.). (2013). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 33ª Ed. Petrópolis: Vozes.
Rodrigues, M., Ayabe, N. H., Lunardelli, M. C. F. & Canêo, L. C. (2005). A preparação para a aposentadoria: o papel do psicólogo frente a essa questão. Revista Brasileira de Orientação Profissional, 6(1), pp. 53-62.
Santos, M. F. S. (1990). Identidade e aposentadoria. São Paulo: EPU.Sargent, L. D., Bataille, C. D., Vough, H. C. & Lee, M. D. (2011). Metaphors for retirement: Unshackled from schedules. Journal of Vocational Behaviour, 79, pp. 315-324.
Sigardo, A. P. (2000). O social e o cultural na obra de Vigotski. Revista Educação & Cultura, 71, pp. 45-78.
Tolfo, S. R., & Piccinini, V. (2007). Sentidos e significados do trabalho: explorando conceitos, variáveis e estudos empíricos brasileiros. Psiocologia & Sociedade, Edição especial 1(pp. 38-46).
Uvaldo, M. C. C. (1995). Relação homem-trabalho: campo de estudo e atuação da orientação profissional. Em A. E. V. A. Güntert (Ed.) A escolha profissional em questão (2ª ed.) (pp. 215-235). São Paulo: Casa do Psicólogo. Retirado de goo.gl/dV0RmW
Vaus, D., Wells, Y., Kendig, H. & Quine, S. (2007). Does gradual retirement have better outcomes than abrupt retirement? Results from an Australian panel study. Ageing and Society, 667-682.
Wang, M., Henkens, K. & Solinge, H. (2011). Retirement adjustment: a review of theoretical and empirical advancements. American Psychologist, 66(3), 204-213.

Folha de São Paulo: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc13059805.htm e
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc12059802.htm , acessado em 09/04/2017.

Downloads

Publicado

2017-09-27

Como Citar

Antloga, C. S., Medeiros, S. N. de, Moreira, R., & Maia, M. (2017). O significado da aposentadoria para pessoas aposentadas de um órgão público. Trabalho (En)Cena, 2(1), 26–39. https://doi.org/10.20873/2526-1487V2N126

Edição

v. 2 n. 1 (2017): Revista Trabalho (En)Cena

Seção

Artigo de Pesquisa

Licença

Os direitos autorais dos artigos publicados pela Revista Trabalho EnCena permanecem propriedade dos autores, que cedem o direito de primeira publicação à revista. Os autores devem reconhecer a revista em publicações posteriores do manuscrito. O conteúdo da Revista Trabalho EnCena está sob a Licença Creative Commons de publicação em Acesso Aberto. É de responsabilidade dos autores não ter a duplicação de publicação ou tradução de artigo já publicado em outro periódico ou como capítulo de livro. A Revista Trabalho EnCena não aceita submissões que estejam tramitando em outra Revista. A Revista Trabalho EnCena exige contribuições significativas na concepção e/ou desenvolvimento da pesquisa e/ou redação do manuscrito e obrigatoriamente na revisão e aprovação da versão final. Independente da contribuição, todos os autores são igualmente responsáveis pelo artigo.