A LÍRICA ENCARCERADA - A POESIA TESTEMUNHAL DE ALEX POLARI

Autores

Palavras-chave:

Alex Polari; ditadura civil-militar; literatura de testemunho; poesia

Resumo

O presente artigo apresenta e discute criticamente aspectos dos escritos e poemas nas obras Inventário de cicatrizes (1978) e Camarim de prisioneiro (1980), de Alex Polari de Alverga, pela perspectiva da literatura de testemunho. Para tanto, selecionamos um corpus de poemas que representam, na temática e na forma, tensões sociais e históricas a partir da experiência traumática de um sobrevivente da ditadura civil-miliar brasileira (1964-1985). Como diz o próprio autor em carta sua poesia é um “vômito” de quem sobreviveu a um contexto repressivo, o qual lhe exigiu novos meios configurativos diante dos impactos da tortura. Trata-se, nesse sentido, de uma produção que busca a aproximação com a sociedade de modo a lutar contra o apagamento da violência imposta pelo regime ditatorial em questão. Para tanto, utilizaremos como apoio teórico, principalmente, Benjamin e Frantz Fanon para o debate relativo à violência e Ginzburg, Salgueiro e Seligmann para a compreensão da representação e literatura de testemunho.

Referências

BENJAMIN, Walter. Documentos de cultura, documentos de barbárie: escritos escolhidos; seleção e apresentação Willi Bolle; tradução Celeste H.M. Ribeiro de Sousa. São Paulo: Cultrix: Editora da Universidade de São Paulo, 1986.
BRASIL. Comissão Nacional da Verdade. Brasília: CNV, 2014.

FANON, Frantz. Os condenados da terra; tradução José Laurênio de Melo. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1968.
FRIEDRICH, Hugo. Estrutura da lírica moderna (da metade do século XIX a meados do século XX). Tradução de Marise M. Corioni. São Paulo: Duas Cidades, 1978.
GINZBURG, Jaime. Linguagem e trauma na escrita do testemunho. In: SALGUEIRO, Wilberth (Org.). O testemunho na literatura: representações de genocídios, ditaduras e outras violências. Vitória: EDUFES, 2011.

LEMINSKI, Paulo. Toda poesia. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.

MOISÉS, Massaud. Dicionário de termos literários. São Paulo: Cultrix, 1974.

POLARI, Alex. Camarim de prisioneiro. São Paulo: Editora Global, 1980.

POLARI, Alex. Inventário de cicatrizes. 2. ed. Rio de Janeiro: Comitê Brasileiro Pela Anistia, 1978.

ROSENFELD, Anatol. O teatro épico. 3. ed. São Paulo: Perspectiva, 1994.

SALGUEIRO, Wilberth. Introdução. Linguagem e trauma na escrita do testemunho. In: SALGUEIRO, Wilberth (Org.). O testemunho na literatura: representações de genocídios, ditaduras e outras violências. Vitória: EDUFES, 2011.

SALGUEIRO, Wilberth. O que é literatura de testemunho (e considerações em torno de Graciliano Ramos, Alex Polari e André du Rap). Rio de Janeiro: Matraga v.19, n.31, 2012.

SALGUEIRO, Wilberth Poesia brasileira: violência e testemunho, humor e resistência. Vitória: EDUFES, 2017.

SELIGMANN-SILVA, Márcio. Introdução. História, memória, literatura: o testemunho na era das catástrofes. Organização: Márcio Seligmann-Silva. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2003.

TRINGALI, Dante. A arte poética de Horácio. São Paulo: Musa Editora, 1993.

Downloads

Publicado

2021-06-05

Como Citar

Piauhy, L., & Augusto da Silva, C. (2021). A LÍRICA ENCARCERADA - A POESIA TESTEMUNHAL DE ALEX POLARI. Porto Das Letras, 7(3), 290–305. Recuperado de https://sistemas.uft.edu.br/periodicos/index.php/portodasletras/article/view/11504

Edição

Seção

Literaturas de Língua Portuguesa e de Língua Inglesa, Cultura e Política