LEITH: LOCAL DE ABANDONO E OPRESSÃO EM TRAINSPOTTING DE IRVINE WELSH
Palavras-chave:
Leith, Irvine Welsh, comportamento social, classe trabalhista, opressãoResumo
O presente artigo versa sobre as representações de Leith, bairro de Edimburgo (capital da Escócia), no romance Trainspotting (1993), do escritor escocês contemporâneo Irvine Welsh, buscando discutir o potencial caráter opressor do distrito na formação de identidades e comportamentos das personagens ficcionais originárias da região. Trata-se de um local periférico, cuja população, marcadamente de origem proletária, enfrentou um contexto de escassez, desamparo e violência por décadas, em especial nos anos 1980, durante o governo da Primeira-Ministra Margaret Thatcher. Partindo de noções de autores de geografia cultural, como Corrêa (2013), Le Bossé (2013) e Haesbaert (2013), que argumentam, em linhas gerais, que espaços geográficos têm influência direta na formação de comportamentos sociais, aborda-se a centralidade do bairro na obra selecionada, bem como sua influência no modo de ser das personagens construídas, cujas experiências são atravessadas por pobreza, falta de oportunidades, escassez de recursos e pelo submundo do crime. Aborda-se, também, com o auxílio de autores como Clarke (2004) e Vernon (2017), o momento histórico representado na obra, fator primordial para a compreensão de todo o contexto apresentado.
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