Espaço pós-colonial (d)e resistência em No Pântano dos Gatos..., de Marina Carr
Palavras-chave:
literatura irlandesa, espaço, pós-colonialismo, resistência, Marina CarrResumo
Nesse artigo, objetivamos analisar a representação do espaço do pântano na peça No Pântano dos Gatos…, da escritora irlandesa Marina Carr. Defendemos que, nessa peça, o pântano serviu como locus de resistência pós-colonial para a protagonista Hester Swane, que, por sua ligação afetiva com esse espaço, recusa-se a aceitar o exílio que lhe é imposto por sua comunidade rural. Para tanto, apresentamos a forte ligação entre a tradição literária irlandesa e os pântanos, com a qual o texto dramático de Carr se conecta. Além disso, discutimos como esse espaço do pântano, dado o seu caráter misterioso, híbrido e mutante, pode servir como contraponto aos discursos colonialistas e imperialistas, na condição de local propício para o desenvolvimento de vozes críticas, questionadoras e descolonizadoras. Como aporte crítico, baseamo-nos especialmente em Azevedo (2018), Gladwin (2014, 2016) e Kader (2005). Em relação ao espaço pós-colonial, articulamo-nos aos trabalhos de Said (1994), Soja (1996, 2011) e Upstone (2009).
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