Teoria do Estado Mundial Democrático: Um Estado entre outros Estados. Esboço de um Projeto

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20873.rpv8n2-73

Palavras-chave:

Filosofia, Relações internacionais, Sociedade mundial, Administração

Resumo

É possível um Estado mundial democrático? Para Eric Weil (1904-1977), o Estado mundial deve administrar a economia global e garantir a existência das diferentes culturas representadas pelos Estados particulares em um mundo unificado. Cabe a ele coordenar as relações culturais e políticas dos Estados nacionais dentro da sociedade econômica mundial, com o objetivo de possibilitar um nível de centralização em vista de uma maior descentralização, nunca o domínio mundial. Ao mesmo tempo em que deve garantir a paz e administrar a economia mundial, o Estado mundial democrático deve fortalecer as comunidades particulares, permitindo uma relação equilibrada e isonômica entre Estados-nações. O Estado mundial democrático deve ser visto como uma hipótese filosófica fundada historicamente, entretanto, isso não garante que ele será instaurado politicamente. A teoria de um Estado mundial democrático será inevitável para os Estados particulares resolverem suas contradições históricas, mas caberá aos indivíduos e aos próprios Estados a decisão de implementá-la.

Referências

AGAMBEN, G. O Aberto: O Homem e o Animal. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2013.

ARENDT, H. A condição humana. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2007.

BERTRAND, M. O Essencial sobre a ONU. Lisboa: Bizâncio, 2004.

BUBER, M. Ich und Du. Heidelberg: Lambert Schneider, 1983.

CANIVEZ, P. A teoria weiliana da mundialização, in: E. Costeski; M. Perine (Orgs). Violência, Educação e Globalização. Compreender o nosso tempo com Eric Weil. São Paulo: Loyola, 2016.

CASPER, B. Il Pensiero dialógico. Franz Rosenzweig, Ferdinand Ebner e Martin Buber. Brescia: Morcelliana, 2009.

CASTELO BRANCO, J. O Estado mundial como horizonte da filosofia política de Eric Weil. in Kínesis, Vol. II, n° 04, p. 212-225.

CLEMENZIA, A. Nella Trinità come Chiesa in dialogo com Heribert Mühlen. Roma: Città Nuova, 2012.

COCCEIUS, J. The Doctrine of the Covenant and Testamento of God. Grand Rapids (MI): Reformation Heritage Books, 2016.

COCCIA, E. La vita delle piante. Metafisica della mescolanza. Bolonha: Il Mulino, 2018.

COSTESKI E. Cosmopolitismo. In: Luiz Síveres e Paulo C. Nodaria (Orgs), Dicionário de Cultura e Paz. Curitiba: CRV, 2021, p. 257-261.

COSTESKI, E. Sentido e Verdade em Eric Weil. A instauração da Lógica da Filosofia, in Marcelo Perine; Francisco Valdério; Judikael Castelo Branco; Patrice Canivez (orgs.). Filosofia e Realidade em Eric Weil. São Paulo: EDUC, 2022, p. 77-96.

COSTESKI, E. A questão do Estado futuro em Eric Weil. Revista Helius, v. 2, 2019, p. 381-400.

COSTESKI, E. Atitude, violência e Estado mundial democrático. Sobre a filosofia de Eric Weil. São Leopoldo/Fortaleza: Unisinos/UFC, 2009.

COSTESKI, E. Direito natural e sociedade mundial em Eric Weil. Argumentos: Revista de Filosofia, v. 11, 2014, p. 150-158.

COSTESKI, E. O Estado mundial em Eric Weil. Temas & Matizes, v. 06, 2004, p. 5-10.

COSTESKI, E. O Eu preocupado eticamente em Kierkegaard. In: Cesar Augusto Erthal, Marcelo Fabri, Paulo César Nodari. (Orgs.). Empatia & Solidariedade. Caxias do Sul: EDUCS, 2019, p. 183-188.

DELEUZE, G.; PARNET, C. Diálogos. São Paulo: Escuta, 1998.

DELIGNE, A. L’Itinéraire philosophique du jeune Éric Weil: Hambourg – Berlin – Paris. Villeneuve d’Ascq: Presses universitaires du Septentrion, 2022.

DERRIDA, J. O animal que logo sou. (A seguir). São Paulo: UNESP, 2002.

EBNER, F. La Parola e le Realtà Spirituali. Frammenti Pneumatologici. Milano: San Paolo, 1998.

EHRENBERG, V. The Greek State. London: Oxford University Press, 1969.

FEUERBACH, L. A Essência do Cristianismo. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2011.

HEGEL, G. W. F. Linhas fundamentais da Filosofia do Direito. Tradução, apresentação e notas de Marcos Lutz Müller. São Paulo: Editora 34, 2022.

HEIDEGGER, M. Die Grundbegriffe der Metaphysik. Welt - Endlichkeit - Einsamkeit (Wintersemester 1929/30), in Gesamtausgabe 29/30. Frankfurt am Main: Vittorio Klestermann, 1983.

HELD, D. Global Covenant. The Social Democratic Alternative to the Washington Consensus. Malden: Polity Press, 2004.

HÖFFE, O. Demokratie im Zeitalter der Globalisierung. München: CHBeck, 1999.

KANT, I. A paz perpétua e outros opúsculos. Lisboa: Edições 70, 2008.

KANT. I. Antropologia de um ponto de vista pragmático. São Paulo: Iluminuras, 2020.

KIERKEGAARD, S. A Doença para a Morte. Petrópolis: Vozes, 2022.

KIERKEGAARD, S. Migalhas Filosóficas: ou um bocadinho de filosofia de João Clímacus. Petrópolis: Vozes, 1995.

KOPENAWA, D.; ALBERT, B. A queda do céu. Palavras de um xamã yanomami. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.

KRENAK, A. Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.

LOEB, A. Extraterrestre: o primeiro sinal de vida inteligente fora da Terra. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2021.

MARDER, M. Plant-Thinking. A Philosophy of Vegetal Life. New York: Columbia University Press, 2013.

MERLEAU-PONTY, M. A Natureza. Curso do Collège de France. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

MIRANDOLA, P. Della. Discurso Sobre a Dignidade do Homem. Lisboa: Edições 70, 2006.

MÜHLEN, H. Una Mystica Persona. La Chiesa come il mistero dello Spirito Santo in Cristo e nei cristiani: una persona in molte persone, Roma: Città nuova, 1968.

NASCIMENTO, E. O Pensamento Vegetal. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2021.

NODARI, A. O extra-terrestre e o extra-humano: notas sobre a revolta kósmica da criatura contra o criador?. Landa, v. 1, p. 251-261, 2013.

ROSENZWEIG, F. La Stella della Redenzione. Bolonha: Marietti, 1985.

SCHMITT, C. Catolicismo Romano e Forma Política. Lisboa: Hugin, 1998.

SZENDY, P. Kant chez les extraterrestres: philosofictions cosmopolitiques. Paris: Minuit, 2011.

THOREAU, H. D. Walden, ou, A vida nos bosques; A desobediência civil. São Paulo: Ground, 2007.

UEXKÜLL, J. Von. Biologia Teoretica. Macerata: Quodlibet, 2015.

VALENTIM, M. A. Amazona vittata: Notas sobre cosmopolítica e xenocídio. Revista Direito e Práxis, v. 9, 2108, p. 2439-2460.

VERNANT, J-P. As Origens do Pensamento Grego. São Paulo: Bertrand Brasil, 2002.

WEIL, E. Essai sur la nature, l'histoire et la politique. Lille: Presses Universitaires du Septentrion, 1999.

WEIL, E. Ficin et Plotin. Tradução francesa de A. Deligne e M. Engelmeier. (Ed. Bilíngue Alemão-Francês). Paris: L’Harmattan, 2007.

WEIL, E. Filosofia política. São Paulo: Loyola, 1990.

WEIL, E. Hegel e o Estado. Cinco conferências seguidas de Marx e a Filosofia Direito. São Paulo: É Realizações, 2011.

WEIL, E. La philosophie di Pietro Pomponazzi. Pic de la Mirandole et la critique de l’astrologie. Paris: Vrin, 1985.

WEIL, E. Lógica da Filosofia. São Paulo: É Relizações, 2012.

WEIL, E. Problemas Kantianos. São Paulo: É Realizações, 2012a.

WENDT, A. Why a world State is inevitable: Teleology and the Logic of Anarchy. European Journal of International Relations, n. 4, 2003, p. 491-542.

WENDT, A.; DUVALL, R. Sovereignty and the UFO, in Political Theory, v. 36, 4, 2008, p. 607-633.

Downloads

Publicado

2023-09-18

Como Citar

Costeski, E. (2023). Teoria do Estado Mundial Democrático: Um Estado entre outros Estados. Esboço de um Projeto. Perspectivas, 8(2 (Especial), 40–54. https://doi.org/10.20873.rpv8n2-73

Edição

Seção

Dossiê A democracia em um mundo de tensões