Introdução à perspectiva ficcionalista na filosofia da matemática

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20873/rpv7n2-56

Resumo

O ficcionalismo, geralmente classificado como um tipo de nominalismo, apresenta como perspectiva precípua a tese de que os entes matemáticos são ficções. Para o ficcionalista, o discurso matemático é desprovido de conteúdo. Hartry Field, que é o principal defensor dessa concepção ontológica da matemática, contesta, em Science Without Numbers, a utilização de entes matemáticos na redação de teorias da física, alegando que a defesa mais plausível do realismo ontológico matemático é o argumento da indispensabilidade de Quine-Putnam. O ficcionalismo defendido por Field nos permite, de acordo com Shapiro, classificá-lo no grupo filosofia-primeiro, ou seja, entre os filósofos que defendem que a filosofia deve ser responsável por legislar a respeito da prática matemática. Dessa forma, podemos considerar Field um revisionista epistemológico. Como se sabe, a dependência da ciência moderna em relação ao discurso matemático coloca a tese ficcionalista em xeque. Ainda assim, se partirmos dos pressupostos filosóficos da vertente formalista da filosofia da matemática, que concebe a matemática como constituída de um conjunto de regras sem significado que podem ser manipuladas de maneira puramente sintática, poderemos traçar importantes analogias entre matemática e ficção, tal como também entre metamatemática e metaficção. Para um formalista simpático à tese ficcionalista, o estatuto ontológico da matemática é semelhante ao das regras de um jogo de xadrez.

Biografia do Autor

Marco Aurélio Sousa Alves, UFSJ

Doutor em Filosofia - The University of Texas at Austin, EUA - 2014

Mestre em Filosofia - Universidade Federal de Minas Gerais - 2008

Bacharel em Filosofia - Universidade Federal de Minas Gerais - 2004

José Henrique Fonseca Franco, UFSJ

Mestrando em Filosofia

PPGFIL / UFSJ

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Publicado

2023-01-08

Como Citar

Sousa Alves, M. A., & Fonseca Franco, J. H. (2023). Introdução à perspectiva ficcionalista na filosofia da matemática. Perspectivas, 7(2), 330–346. https://doi.org/10.20873/rpv7n2-56