Possíveis contribuições da filosofia dos aspectos modais de Herman Dooyeweerd para a crítica do reducionismo da química à física
DOI:
https://doi.org/10.20873/rpv8n1-62Resumo
A química e a física, em seu contexto histórico e cultural, se desenvolveram paralelamente no escopo da filosofia natural, e a química em especial, com elementos oriundos da medicina metalurgia e alquimia. O caráter tecnológico, pragmatismo e desinteresse metafísico dos químicos aliado a uma visão reducionista da química a física foram obstáculos relevantes para desenvolvimento tardio de uma filosofia da química. O uso de métodos analíticos de investigação química, como a espectroscopia, evidencia estreita relação histórica entre química e física na prática química. bem como, os modelos de atômicos fundamentados na mecânica quântica. A química é uma disciplina autônoma e distinta da física, porém, do ponto de vista metafísico e ontológico suas entidades, teorias e leis podem ser distinguíveis? Metodologicamente a física pode ser usada para compreender a química? E do ponto de vista epistemológico as explicações em química são redutivas a física? O ponto central é saber se a química é redutível “em princípio” a física. Sobre essas questões, muito tem se escrito, porém, gostaríamos de refletir sobre este problema a partir da perspectiva da filosofia dos aspectos modais de Herman Dooyeweerd afim de verificar se sua visão filosófica-ontológica pode oferecer uma contribuição na discussão minimamente satisfatória ao problema do reducionismo da química à Física.
Referências
BASDEN, A. Foundations and Practice of Research: Adventures with Dooyeweerd's Philosophy. Routledge,
p. 379.
BEJARANO, N. R. R.; Reducionismo e a Filosofia da Química. 2008. p.12
BEJARANO, N. R. R.; A Química é redutível à Mecânica Quântica? In: Teorias Quânticas: Estudos Históricos e
implicações culturais, Caderno de resumos e programa do Teorias Quânticas: Estudos Históricos e implicações culturais, Campina Grande, 2008. p. 53-57.
BEJARANO, N. R. R. et al. Filosofia da Química: uma disciplina nascente no âmbito da Filosofia da Ciência. Filosofía e História de la Ciencia Del Con Sur, p. 9-14. 2012.
BEJARANO, N. R. R.; O exame de duas formas mais brandas de realismo no debate da redução da química à
mecânica quântica. In: Cibelle Celestino e Luis Salvatico (editores). (Org.). Filosofia e História da Ciência no Cone Sul - Seleção de Trabalhos do 7º Encontro. Porto Alegre: Entrementes Editorial, v. 01, 1
ed., 2012, p. 393-400.
BIRCH, H. 50 ideias de química que você precisa conhecer. São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2018.
DE ALMEIDA OLIVEIRA, F. Philosophando Coram Deo: uma apresentação panorâmica da vida, pensamento
e antecedentes intelectuais de Herman Dooyeweerd. Fides reformata, v. 11, n. 2, 2006, p. 73-100.
CARVALHO, G. V. R. de. Introdução editorial: Herman Dooyeweerd, reformador da razão. In: DOOYEWEERD,
H. (Ed.). Crepúsculo do pensamento ocidental. São Paulo: Hagnos, 2010.
DOOYEWEERD, H. No Crepúsculo do Pensamento Ocidental: estudos sobre a pretensa autonomia do pensamento filosófico. São Paulo: Hagnos, 2010.
________________. Estado e soberania: ensaios sobre cristianismo e política. São Paulo: Vida Nova, 2014.
________________. Raízes da Cultura Ocidental: As opções pagã, secular e cristã uma cuidadosa avaliação das forças motrizes religiosas mais profundas por trás de todo o desenvolvimento cultural e espiritual do
ocidente. São Paulo: Cultura Cristã, 2015.
________________. A New Critique of Theoretical Thought. Deel 2. The General Theory of the Modal Spheres (vert.
H. de Jongste en David H. Freeman). The Presbyterian and Reformed Publishing Company, z.p. 1969
(2de druk)
GILBERT, J. K.; TREAGUST, D. F. Introduction: Macro, submicro and symbolic representations and the relationship between them: Key models in chemical education. In: Multiple representations in chemical
education. Springer, Dordrecht, 2009. p. 1-8.
HARDWICK, E. R.; Química. São Paulo: Edgar Blucher, 1965.
PERSPECTIVAS | VOL. 8, Nº 1, 2023, P. 105-140
Título
DOI: 10.20873/rpv8n1-62
HENDRY, R. F.; Reduction, emergence and physicalism. Presente no texto, GABBAY, Dov M. et al. Philosophy
of chemistry. Elsevier, 2012, p. 367-386.
IHDE, A. J.; The Development of Modern Chemistry. New York: Harper & Row, 1970.
JOHNSTONE, A. H.; You can’t get there from here. Journal of chemical education, v. 87, n. 1, 2010, p. 22-29.
KALSBEEK, L. Contornos da filosofia cristã: a melhor e mais sucinta introdução a filosofia reformada de Herman Dooyeweerd. São Paulo: Cultura Crista, 2015.
LEMES, A. F. G.; PORTO, P. A., Introdução à filosofia da química: uma revisão bibliográfica das questões mais
discutidas na área e sua importância para o ensino de química. Revista Brasileira de pesquisa em educação em Ciências, v. 13, n. 3, 2013, p. 121-147.
LOMBARDI, O.; LABARCA, M.; The ontological autonomy of the chemical world. Foundations of Chemistry, v.
, n. 2, 2005, p. 125-148.
McGRATH, A. E. A Ciência de Deus: Uma introdução à teologia cientifica. Viçosa, MG: Ultimato, 2015 (a).
_____________. Surpreendido pelo sentido: ciência, fé e o sentido das coisas. São Paulo: Hagnos, 2015 (b).
MAINZER, K. Symmetry and Complexity-Fundamental Concepts of Research in Chemistry. HYLE. v. 3, 1997,
p. 29-49.
RIBEIRO, M. A. P. A emergência da Filosofia da Química como campo disciplinar. Revista Brasileira de Pesquisa
em Educação em Ciências, v. 16, n. 2, 2016, p. 215-236.
RIBEIRO, M. A. P. Panorama histórico da relação entre Filosofia e Química. Educação Química en Punto de
Vista, v. 1, n. 2, 2017, p. 21-41.
SANTOS, S. C. S., CUNHA, M. B. Contribuições da filosofia da ideia cosmonômica para a aprendizagem informal
científica em biologia. Anais do VII ENEBIO – I EREBIO Norte., 2018, p. 4568-4578.
SANTOS, S. C. S. Uma Reflexão Sobre O Uso De Analogias No Ensino De Ciências E O Desdobramento Multimodal Da Realidade: o exemplo de tópicos da teoria da evolução biológica. Investigações em Ensino
de Ciências, v. 25, n. 2, 2020, p. 80-97.
SCERRI, E. R. The ambiguity of reduction. HYLE: International Journal for Philosophy of Chemistry, v. 13, 2007,
p. 67-81.
SCHUMMER, J. The philosophy of chemistry. Vol.27 No.1, Endeavour, 2003. p. 37-41.
______________. The philosophy of chemistry. In: Philosophy Of Chemistry. Springer, Dordrecht, 2006. p. 19-39.
______________. The philosophy of chemistry: From infancy towards maturity. Philosophy of Chemistry: Synthesis
of a New Discipline (Boston Studies in the Philosophy of Science series), Dordrecht (Kluwer), 2006, p. 1-
STRAUSS, D. F. M. The Significance of a Non-Reductionist Ontology for the Discipline of Physics: A Historical
and Systematic Analysis. Axiomathes, v. 20, n. 1, 2010, p. 53-80.
VALEROA, R.; MORIB, R. C.; MASSIC, L. A química na literatura de Primo Levi: aspectos filosóficos sobre experimentação, matéria e ofício químico. Química Nova, Vol. XY, No. 00, 2023, p. 1-9.
VAN BRAKEL, J. On the neglect of the philosophy of chemistry. Foundations of Chemistry, v. 1, n. 2, 1999, p.
-174.
VAN BRAKEL, J., Philosophy of Chemistry – Between the Manifest and the Scientific Image. Leuven: Leuven
University Press, 2000, p. 132-142.
VAN MELSEN A. G. M., Atomism., vol 2, 15th edn. London, in: Encyclopedia Britannica, 1975, p. 346–351
PERSPECTIVAS | VOL. 8, Nº 1, 2023, P. 105-140
Título
DOI: 10.20873/rpv8n1-62
VINCENT, B. B.; MOCELLIN, R. C., Filosofia da química e dos materiais: entrevista com Bernadette BensaudeVincent. Em Construção: arquivos de epistemologia histórica e estudos de ciência, n. 10, 2021, p. 363-
WOLTERS, A., Glossário de termos técnicos e neologismos de Dooyeweerd. In: DOOYEWEERD, H. (Ed.). Crepúsculo do pensamento ocidental. São Paulo: Hagnos, 2010.
Downloads
Publicado
Versões
- 2023-04-09 (2)
- 2023-04-05 (1)
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 David Monteiro de Souza Junior, Wellington Pereira de Queiros
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os autores que publicam com esta revista concordam com os seguintes termos:
1. Autores mantêm os direitos concedidos à revista ou o direito de primeira publicação com o trabalho licenciado à Atribuição de Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0) que permite o compartilhamento de trabalhos com reconhecimento de autoria e publicação inical nesta revista.
2. Autores têm permissão para aceitar contratos, distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (por exemplo, publicarem em repositório institucional ou como capítulo de livro) com reconhecimento de autoria e de publicação inicial nesta revista.
3. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir o seu trabalho on-line (por exemplo, em repositório institucional ou em sua página pessoal) com as devidas referências à revista.