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2024-1 (jan-jun. 2024): HOMENAGEM A CATHERINE MALABOU

Apesar de já transitar em alguns círculos restritos e ter recebido algumas citações, além da publicação do livro Ontologia do Acidente pela Editora Cultura & Barbárie, o pensamento da filósofa Catherine Malabou ainda está por ser mais explorado em terras brasileiras.

Tendo recebido sua supervisão de doutorado por Jacques Derrida, sua tese chamou-se O Futuro de Hegel: plasticidade, temporalidade e dialética, em que conceitos como plasticidade, antecipação (voir venir) e futuro são discutidos sob lentes "pós-desconstrutivas". Nesse eixo, é possível arrolar obras posteriores que produzem o mesmo tipo de leitura, a partir do "esquema motor" da plasticidade, sobre Heidegger, Kant e o próprio Derrida.

Malabou coloca-se como herdeira do materialismo francês de Diderot a Althusser, e, com isso, torna-se uma das principais representantes da corrente hoje denominada de novos materialismos. Isso não quer dizer que a filósofa esteja subsumida sob um programa determinado por algo externo ao seu próprio pensamento. Ao longo da sua trajetória, termos como naturalismo especulativo ou novo realismo também aparecem para situá-la na conjuntura filosófica.

A partir desse ponto, seu interesse pelo cérebro e pelo corpo aproximaram-na da biologia, produzindo pelo menos outros três caminhos investigativos: o conceito de plasticidade destrutiva, na interface entre neurologia, psicanálise e filosofia (em obras como Ontologie de l'accidentLe noveaux blessés); os trabalhos acerca do feminismo, que tematizam fortemente a discussão do corpo (Changer de différence e Le plaisir effacé); e, finalmente, os estudos sobre filosofia e cérebro de modo mais geral, que envolvem o estatuto da neurobiologia para a filosofia e a discussão em torno da biopolítica (Qui faire de notre cerveau ?Métamorphosis de l'intelligence) .

Nos últimos anos, Malabou tem constituído outro eixo mais propriamente político, embora nenhum de seus trabalhos possa ser simplesmente considerado como não-político, aproximando-se do conceito de “ajuda mútua” do anarquismo de Kropotkin. Poderíamos também destacar nesse campo os trabalhos em torno à teologia política que envolvem a crítica ao messianismo.   

 

Temáticas de interesse:

 

  • Malabou e a releitura de Kant, Hegel e Heidegger;
  • Desconstrução e plasticidade;
  • Malabou, Feminismo e Biologia;
  • Filosofia, neurociências e psicanálise;
  • Plasticidade, arte e literatura;
  • Malabou e os novos materialismos
  • Malabou, política e anarquismo

 

As intruções e normas da revista estão disponíveis em:

https://sistemas.uft.edu.br/periodicos/index.php/perspectivas/about/submissions

 

Prazo final para envio de submissão: 10 de fevereiro de 2024

 

Organizadores: 

Moysés Pinto Neto (Universidade Luterana do Brasil - Canoas - RS)

Antonio Frank Jardilino Maciel (Università degli Studi Chieti-Pescara “G. d’Annunzio” - Itália)