JORNALISMO AUTOMATIZADO, GERAÇÃO DE LINGUAGEM NATURAL E A LÓGICA DO BOM SUFICIENTE
DOI:
https://doi.org/10.20873/uft.2447-4266.2017v3n3p60Palavras-chave:
jornalismo automatizado, robôs e jornalismo, algoritmo jornalista, futuro do jornalismoResumo
A explosão de dados digitais e o avanço do campo da Inteligência Artificial permitiram o surgimento de algoritmos capazes de redigir e distribuir automaticamente notícias jornalísticas com rapidez e de forma customizada. A automatizacão da produção de narrativas entrega textos básicos, objetivos e sem sofisticação, formatando a função de jornalistas e contribui para a ampliação da chamada "bolha de filtros" definida por Eli Pariser. Neste texto, procuramos demonstrar que ao adotar a automação, redações nos Estados Unidos, Europa e China passaram a usar a lógica do bom suficiente, demonstrada por Robert Capps. Ou seja, a automatização da elaboração de notícias pode estar sendo adotada unicamente por seu caráter "industrial" e pelo custo radicalmente reduzido, não priorizando a diversificação, a cultura e a qualidade humana dos relatos. As reflexões centram-se em pesquisa bibliográfica de caráter exploratório e interdisciplinar, a partir da abordagem da Teoria Ator-Rede.
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