O EMPODERAMENTO DOS PACIENTES E A DELIBERAÇÃO MÉDICA
DOI:
https://doi.org/10.20873/uft.2359-0106.2020.v7n1.p133-162Palabras clave:
Bioética, Novas tecnologias, Medicina, EmpoderamentoResumen
O presente artigo visa analisar, nas relações médicas, como seria possível garantir o empoderamento dos pacientes, ou seja, o seu protagonismo nos tratamentos, como condição de possibilidade para a justificação de uma deliberação médica bioéticamente limitada, atinente ao emprego de novas tecnologias. Dada a grande incerteza que paira sobre algumas das novas tecnologias, especialmente àquelas aplicadas no âmbito das ciências da saúde, imperiosa é a discussão jurídica acerca de limites para a deliberação técnica-médica, sem ignorar-se o desenvolvimento científico e a inovação, precisando o homem-cientista aceitar que deverá ter a dignidade humana como moldura intransponível para sua ação/inação, sob pena de a humanidade ver-se diante de danos eventualmente irreversíveis.
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