Modernização e Destruição Arquitetônica do Bairro da Campina, Belém do Pará
DOI:
https://doi.org/10.20873/am2018_1bPalavras-chave:
modernização, verticalização, destruição arquitetônica, degradação arquitetônica, Bairro da Campina - Belém do ParáResumo
Enquanto aspecto de modernidade, a inovação em detrimento da tradição está estabelecida em momentos de contraposição entre o “antigo” e o “moderno”. A qualidade de ser moderno, associada ao modernismo, suplanta o debate da inovação e tradição na medida em que há uma aceitação crescente do que venha a ser o modernismo em arquitetura e no urbanismo. As alterações do moderno estariam associadas às transformações que o tecido urbano está sujeito, em contínua mudança, de destruição e construção, de substituição de tipologias de edificação. A demolição de edificações para substituição por outras pode ser observada em diversos momentos da história brasileira. Sob esta perspectiva, o objetivo deste artigo é analisar, a partir das transformações causadas pela sucessivas demolições e substituções a partir dos anos de 1960 de parte do casario eclético no bairro da Campina em Belém do Pará, como foram criadas as condições mais recentes para a degradação do remanescente. Para tal, relaciona a modernização, através da verticalização, da avenida Presidente Vargas com o atual processo de degradação arquitetônica no interior do Bairro da Campina, em Belém do Pará. A pesquisa de campo aponta a existência de demanda e oferta por imóveis degradados, cujo mercado tira proveito da sua má conservação, aventando que tais evidências podem ser incluídas nos debates preservacionistas.
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