A Guerrilha do Araguaia na Literatura
Memória e Resistência
Resumo
A ditadura civil-militar brasileira (1964=1985) foi um dos períodos políticos mais deletérios da história do país, pois legou inúmeros percalços para a sociedade. A fim de fazer frente aos arbítrios ditatoriais, ocorreu uma insurreição armada no Norte do estado do Tocantins e no Sudeste do Pará denominada como Guerrilha do Araguaia (1972=1975), com um saldo negativo de muitas mortes para os camponeses da região e militantes da esquerda armada. Em face do exposto, este artigo possui como objetivo principal examinar o diálogo entre a memória de um evento traumático e o reflexo na produção que versa sobre a Guerrilha do Araguaia no âmbito da Literatura de Testemunho. Como aporte teórico, trabalharemos com o conceito acerca de Literatura de Testemunho (SELIGMANN-SILVA, 2008; SALGUEIRO, 2012) e com as discussões sobre da memória e os seus usos políticos. Para efeitos metodológicos, tratar-se-á de um trabalho qualitativo, a partir de uma revisão bibliográfica sobre o tema focando acerca do arcabouço teórico da memória e da Literatura de Testemunho da Guerrilha, assim como visamos uma reconstituição histórica do período em tela estudado. Como resultado de pesquisa, constatamos que a forja da memória sobre a Guerrilha do Araguaia utilizou muito do repertório narrativo da Literatura de Testemunho sobre o tema, igualmente, constatamos que aproveitou o cenário de discussões políticas do início dos anos 2000 com vista a se edificar e vocalizar como um testemunho pujante das vítimas do Estado.
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O PASTOR e o guerrilheiro. Direção de José Eduardo Belmonte. Rio de Janeiro: Mercado Filmes, 2023 (105 min).
QUE bom te ver viva uma vez. Direção de Lucia Murat. Rio de Janeiro: Taiga Filmes, 1989. (100 min).
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