Desobediência linguística: por uma epistemologia liminar que rasure a normatividade da língua portuguesa

Autores/as

  • Daniel Marra da Silva Instituto Federal do Tocantins
  • Tânia Ferreira Rezende Universidade Federal de Goiás

Resumen

Num quadro teórico em que a linguagem é entendida como conhecimento e como ação política, a normatividade linguística é considerada parte da tradição cultural reguladora da sociedade. Nesta discussão, as questões que nos inquietam são <Quais as razões que levam à e que mantêm a obediência epistêmica e linguística?> e <Como promover rachaduras na normatividade linguística, sustentada em normas socioculturais, de base ideológica?> A discussão que ora se desenvolve, motivada por essa problematização, tem como objetivo mostrar que a linguagem (incluindo a língua como sistema), concebida como ação política, pode tanto ser verificadora quanto geradora de democracia. Para sustentar a problematização e evidenciar a discussão dessas questões e para mostrar como as epistemologias liminares podem promover manchas e rachaduras na rígida normatividade da língua portuguesa e, ao mesmo tempo, como a obediência social enfrenta e resiste essas investiduras, decidimos abordar a “ideologia de gênero” e, para tanto, selecionamos um problema sociolinguístico: a relação entre as manifestações social e linguística de gênero/sexualidade, refletida na expressão gramatical de gênero pelo uso de ‘@’ na escrita. O objetivo da discussão é refletir sobre a ação política das práticas sociolinguísticas como geradora e como verificadora dos princípios democráticos.

Biografía del autor/a

Daniel Marra da Silva, Instituto Federal do Tocantins

Doutor em Letras e Linguística pela Universidade Federal de Goiás. Professor do Instituto Federal do Tocantins e do PPGLetras da Universidade Federal do Tocantins; Visiting Research Fellow - The University of Sydney. danielmarra@ifto.edu.br

Tânia Ferreira Rezende, Universidade Federal de Goiás

Doutora em Linguística pela Universidade Federal de Minas Gerais. Professora Associada da Universidade Federal de Goiás, lotada no Departamento de Linguística e Língua Portuguesa da Faculdade de Letras; líder do Obiah Grupo T. de Estudos I. da Linguagem. taniaferreirarezende@gmail.com.

Publicado

2018-06-15

Cómo citar

Silva, D. M. da, & Rezende, T. F. (2018). Desobediência linguística: por uma epistemologia liminar que rasure a normatividade da língua portuguesa. Porto Das Letras, 4(1), 174–202. Recuperado a partir de https://sistemas.uft.edu.br/periodicos/index.php/portodasletras/article/view/5534

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