Designações para nascente de rio no Centro-Oeste brasileiro: criação lexical e mudança semântica
Resumo
Faz-se, neste artigo, uma demonstração de como a metáfora foi abundante e continua operante no processo de criação lexical e de mudança semântica no português-brasileiro. Evidencia-se que a mudança semasiológica é que permite a mudança de sentido dos itens lexicais mina¹ (cavidade artificial no solo) para mina² (nascente de rio). Já a mudança onomasiológica força a criação de novos itens lexicais: olho d’água, por exemplo, expressa um conceito já existente na língua e faz referência à nascente de um rio, conceito que é expresso ainda pelas formas lexicais, mina, nascente, cabeceira, fonte. Processos metafóricos estão envolvidos, tanto na criação do item lexical olho d’água, quanto na mudança de sentido de mina¹ para mina². As unidades lexicais que fornecem a materialidade para a análise foram geradas pelo projeto Atlas Linguístico de Goiás (MILANI et al, 2015) relativamente às formas de designação para nascente de rio. Tais unidades lexicais deixam-se analisar como tendo se constituído através de metáfora, além de terem sofrido mudança de sentido em diferentes sincronias pretéritas. Aborda-se essa questão do ponto de vista da teoria semântica em sua face diacrônica, bem como da teoria lexical e da etimologia. Argumenta-se, finalmente, que a criação de um item lexical e sua subsequente mudança de sentido refletem as necessidades expressivas dos utentes.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os autores concordam com os termos da Declaração de Direito Autoral, que se aplicará a esta submissão caso seja publicada nesta revista (comentários ao editor podem ser incluídos a seguir).