Desobediência linguística: por uma epistemologia liminar que rasure a normatividade da língua portuguesa
Resumo
Num quadro teórico em que a linguagem é entendida como conhecimento e como ação política, a normatividade linguística é considerada parte da tradição cultural reguladora da sociedade. Nesta discussão, as questões que nos inquietam são <Quais as razões que levam à e que mantêm a obediência epistêmica e linguística?> e <Como promover rachaduras na normatividade linguística, sustentada em normas socioculturais, de base ideológica?> A discussão que ora se desenvolve, motivada por essa problematização, tem como objetivo mostrar que a linguagem (incluindo a língua como sistema), concebida como ação política, pode tanto ser verificadora quanto geradora de democracia. Para sustentar a problematização e evidenciar a discussão dessas questões e para mostrar como as epistemologias liminares podem promover manchas e rachaduras na rígida normatividade da língua portuguesa e, ao mesmo tempo, como a obediência social enfrenta e resiste essas investiduras, decidimos abordar a “ideologia de gênero” e, para tanto, selecionamos um problema sociolinguístico: a relação entre as manifestações social e linguística de gênero/sexualidade, refletida na expressão gramatical de gênero pelo uso de ‘@’ na escrita. O objetivo da discussão é refletir sobre a ação política das práticas sociolinguísticas como geradora e como verificadora dos princípios democráticos.
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