Analise semântica de uma doença não nomeada chamada velhice
abordagem enunciativa
Palavras-chave:
análise semântica; Émile Benveniste; doençaResumo
O tema da doença produziu muitos personagens e histórias na literatura do século XX. Para além de uma avaliação da história da literatura, acreditamos ser pertinente compreender os mecanismos enunciativos de nomeação ou de negação de nomeação que engendram ou escondem doenças e possíveis motivações linguísticas e discursivas que subjazem a esses processos linguísticos. Elegemos como ponto de partida uma pequena análise do termo diabete, tal como elaborada pelo linguista Émile Benveniste (1947). Em seguida, analisamos textos correlatos a problemática, a saber, “A forma e o sentido na linguagem” (PLG II) e “A blasfemia e a eufemia”. Este último texto também trata de uma denominação e ocultamento de nome. Desses estudos retiramos a operacionalização da análise de um outro vocábulo, implícito em uma crônica de Eliane Brum, publicada no livro A vida que ninguém vê (2006), a saber, velhice. Demonstramos por fim que os diversos “modos de ser língua” são marcados no agenciamento de sentidos e no lugar que a doença ocupa no discurso ficcional para o sujeito.
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