Metáforas e frames sobre a Doença de Alzheimer em textos de divulgação científica
Palavras-chave:
Doença de Alzheimer; metáfora; frame.Resumo
Este artigo tem como objetivo mostrar, em matérias jornalísticas brasileiras e norte-americanas on-line de divulgação científica, o uso de metáforas e de frames na construção de estereótipos negativos que visam evidenciar uma noção da Doença de Alzheimer como um fardo e como uma guerra, por exemplo. Essas representações reforçam o discurso voltado para a eutanásia como uma solução para pacientes e para os familiares. O referencial teórico é composto por textos que tratam de metáfora conceptual, Lakoff e Johnson (1980), de metáfora primária, Grady (1997), de Semântica de frames, Fillmore (1982; 2006), frame e Doença de Alzheimer, Kirkman (2006), Van Gorp e Vercruysse (2012), Johnstone (2014) e Peel (2014). O corpus é composto por matérias de divulgação científica sobre a Doença de Alzheimer de sites de jornais on-line brasileiros e norte-americanos e coletadas em um período entre janeiro de 2011 e julho de 2017. Os dados foram analisados com o auxílio de metodologia de análise metafórica adaptada de Stefanowitschi e Gries (2006), tendo a ferramenta AntConc como apoio para seleção e para compilação dos dados, assim como a FrameNet foi utilizada para compreender os frames. Com a análise, afirmamos ainda que as metáforas dão noção de que a doença tem alto alcance e são essas metáforas e frames que chamam a atenção para a situação de calamidade pública relacionada à Doença de Alzheimer. Concluímos que há uma imagem de desesperança veiculada à doença evidenciada como uma ladra de mentes e como um eterno funeral.
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