"Não dá para a gente tá vivendo só de amor pela profissão"
DOI :
https://doi.org/10.20873/2526-1487e025006Mots-clés :
Trabalho , Escolha de Carreira, Formação ProfissionalRésumé
O presente artigo buscou analisar os sentidos do trabalho para Assistentes em Administração de uma Instituição Federal de Ensino Superior (IFES) que construíram carreira em uma área diferente da sua formação acadêmica. A partir de uma abordagem qualitativa, análises teóricas baseadas no materialismo histórico-dialético e na Psicodinâmica do Trabalho foram articuladas as entrevistas semiestruturadas realizadas com quinze Assistentes em Administração com formação superior. Nos resultados, observou-se que na escolha por uma carreira, o desejo de estabilidade financeira se apresentou de forma preponderante. Nas vivências de prazer, destacaram-se, reconhecimento, valorização, bom relacionamento com os colegas e a chefia. Nas vivências de sofrimento, frisaram a sensação de fragmentação na adequação do próprio perfil ao cargo ocupado, potencial subutilizado, cobranças excessivas e estrutura física inapropriada. Como estratégias de mediação, alguns evitam conflitos no trabalho, desabafam e pedem conselhos sobre como agir, outros acreditam que o trabalho é uma missão divina e há aqueles que buscam ajuda psicológica individual para lidar com as adversidades laborais. Portanto, este estudo buscou evidenciar a necessidade da implementação de estratégias que incorporem ações de apoio psicológico e a criação de estratégias coletivas que auxiliem no bem-estar dos colaboradores. Ademais, prazer e sofrimento atravessam os sentidos atribuídos ao trabalho.
Références
Albrecht, P. A. T, & Krawulski, E. (2011). Concurseiros e a busca por um emprego estável: reflexões sobre os motivos de ingresso no serviço público. Cad. Psicol. Soc. Trab. 14(2)., 211-226. Recuperado de: https://doi.org/10.11606/issn.1981-0490.v14i2p211-226
Almeida, H. F. R., Pacheco, M. A. B., Leite, L. M. C., dos Santos, R. D. C., & Loyola, C. M. D. (2022). Narrativas de prazer e sofrimento no trabalho: impactos na saúde do trabalhador. Research, Society and Development, 11(6), 1-18. Recuperado de: https://doi.org/10.33448/rsd-v11i6.28645
Anjos, F. B. D., & Mendes, A. M. (2015). A psicodinâmica do não trabalho: estudo de caso com concurseiros. R. Laborativa, 4, 35-55. Recuperado de: https://ojs.unesp.br/index.php/rlaborativa/article/view/1074
Assis, L. G. C., & Ribeiro, C. V. S. (2017). Fui aprovado em concurso público. E agora? Uma análise do prazer e sofrimento no trabalho dos analistas administrativos do tribunal regional eleitoral do maranhão. Cadernos de psicologia social do trabalho, 20(2), 159-172. Recuperado de: https://doi.org/10.11606/issn.1981-0490.v20i2p159-172
Barros, S. C., Álvaro, J. L., & Borges, L. D. O. (2018). Significados do trabalho e do dinheiro: Quais suas funções sociais?. Revista Psicologia Organizações e Trabalho, 18(1),282 290. Recuperado de: http://dx.doi.org/10.17652/rpot/2018.1.13395
Bendassolli, P. F. (2009). Recomposição da relação sujeito-trabalho nos modelos emergentes de carreira. Revista de Administração de Empresas, 49, 387-400. Recuperado de: https://doi.org/10.1590/S0034-75902009000400003
Bendassolli, P. F., & Soboll, L. A. P. (2011). Clínicas do trabalho: filiações, premissas e desafios. Cadernos de Psicologia Social do Trabalho, 14(1), 59-72. Recuperado de: https://doi.org/10.11606/issn.1981-0490.v14i1p59-72
Brasil. Conselho nacional de saúde. (2016). Resolução nº 510, de 07 de abril de 2016. Diário oficial da união, poder executivo, Brasília, DF. Seção 1, 98, 44-46.
Brasil. Lei no 11.091, de 12 de janeiro de 2005. (2005). Diário oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF.
Cardoso Junior, J. C.; Sousa, V. E. C. M. (2020). Cadernos da reforma administrativa: o funcionalismo público na federação: novas evidências sobre ocupação, escolarização, remuneração e atuação da burocracia pública brasileira.
Carminatti, S., Rech, L., Gallon, S., & Dalla, V. F. C. (2021). Os sentidos do trabalho para profissionais de enfermagem. Revista reuna, 26, 62-82. Recuperado de: https://revistas.una.br/reuna/article/view/1234
Carreteiro, T. C. (2014). A escolha da função pública como campo de emprego para jovens adultos. Cadernos de Psicologia Social do Trabalho, 17, 85-96. Recuperado de: https://doi.org/10.11606/issn.1981-0490.v17ispe1p85-96
Dejours, C. (1992). A loucura do trabalho: estudo de psicopatologia do trabalho. São Paulo: Cortez.
Dejours, C. (2008). A avaliação do trabalho submetida à prova do real - Crítica aos fundamentos da avaliação. São Paulo: Editora Blucher.
Dejours, C. (2011). Da psicopatologia à psicodinâmica do trabalho. In: Lancman, S.; Sznelwar, L. I. (orgs), p. 57-124. Christophe Dejours: da psicopatologia à psicodinâmica do trabalho. Rio de janeiro: Editora Fiocruz.
Dejours, C. (2017). Psicodinâmica do trabalho: casos clínicos. Editora Dublinense.
Duarte, M. D. L. C., Glanzner, C. H., & Pereira, L. P. (2018). O trabalho em emergência hospitalar: sofrimento e estratégias defensivas dos enfermeiros. Revista Gaúcha de Enfermagem, 39. Recuperado de: https://doi.org/10.1590/1983-1447.2018.2017-0255
Elias, J. (2018). Abstenção de até 60% e 'paraquedistas' deixam concurso público mais fácil. Recuperado de: https://economia.uol.com.br/empregos-e-carreiras/noticias/redacao/2018/07/22/abstencao-de-ate-60-e-paraquedistas-deixam-concurso-publico-mais-facil.htm#:~:text=Absten%C3%A7%C3%A3o%20pode%20chegar%20a%2060%25&text=Para%20se%20ter%20uma%20ideia,at%C3%A9%2060%25%E2%80%9D%2C%20disse.
Fairclough, N. (2001). Discurso e mudança social. Brasília: Editora Universidade de Brasília.
Ferreira, M. C., & Barros, P. C. R. (2003). (In)Compatibilidade trabalho prescrito-trabalho real e vivências de prazer-sofrimento dos trabalhadores: um diálogo entre a ergonomia da atividade e a psicodinâmica do trabalho. Revista Alethéia, 16(1), 115-128.
Gaskell, G. (2000). Individual and group interviewing: Qualitative researching with text, image and sound, London: Sage.
Gonçalves, L. F., Dannenhauer, A. M., & de Souza, I. M. (2021). Motivação para a escolha profissional na carreira pública. Gestão Contemporânea, 11(2), 28-53. Recuperado de: https://estacio.periodicoscientificos.com.br/index.php/gestaocontemporanea/article/view/47
Hoffmann, C., Zanini, R. R., Moura, G. L. D., & Machado, B. P. (2019). Prazer e sofrimento no trabalho docente: Brasil e Portugal. Educação e Pesquisa, 45. Recuperado de: https://doi.org/10.1590/S1678-4634201945187263
Lakatos, E. M., & Marconi, M. D. A. (2007). Fundamentos de metodologia científica. 5. reimp. São Paulo: Atlas, 310.
Linhart, D. (2014). Modernização e precarização da vida no trabalho. In R. Antunes (org.), riqueza e miséria do trabalho no Brasil. São Paulo: Boitempo, 45-54.
Lima, N. A., & Scatolin, H. G. (2020). Os mecanismos de defesas do trabalhador na visão da psicodinâmica do trabalho. Revista cientifica multidisciplinar núcleo do conhecimento, 153-170. Recuperado de: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/psicologia/psicodinamica-do-trabalho
Mendes, A. M. (2007). Da psicodinâmica à psicopatologia do trabalho. In: Mendes, a. M. (org.). Psicodinâmica do trabalho: teoria, método, pesquisas (p. 29-48). São Paulo: Casa do psicólogo.
Merlo, Á. R. C., & Mendes, A. M. B. (2009). Perspectivas do uso da psicodinâmica do trabalho no Brasil: teoria, pesquisa e ação. Cadernos de Psicologia Social do trabalho, 12(2), 141-156. Recuperado de: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-37172009000200002&lng=pt&tlng=pt
Moraes, R. D. (2013). Estratégias defensivas. In: Vieira, F. O.; Mendes, A. M.; Merlo, A. R. C. (org.) Dicionário crítico de gestão e psicodinâmica do trabalho. Curitiba: Juruá, 153- 158.
Neves, D. R., Nascimento, R. P., Felix Jr, M. S., Silva, F. A. D., & Andrade, R. O. B. D. (2018). Sentido e significado do trabalho: uma análise dos artigos publicados em periódicos associados à scientific periodicals electronic library. Cadernos ebape. Br, 16, 318-330. Recuperado de: https://doi.org/10.1590/1679-395159388
Papalia, d. E. & Feldman, R. D. (2013). Desenvolvimento humano. Artmed editora.
Ribeiro, C. V. S., & Leda, D. B. (2018). Sentidos atribuídos ao trabalho na sociedade contemporânea e as repercussões na subjetividade do trabalhador. Revista Espaço Acadêmico, 18(211), 39-49. Recuperado de: https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/45047
Ribeiro, C. V. D. S., & Mancebo, D. (2009). Concurso público, uma alternativa sensata frente às turbulências do mundo do trabalho. Trabalho & Educação, 18(1), 145-156. Recuperado de: https://periodicos.ufmg.br/index.php/trabedu/article/view/8626.
Ribeiro, C. V. dos S. (2011). Trabalho técnico-administrativo em uma instituição federal de ensino superior: análise do trabalho e das condições de saúde. Tese de doutorado, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de janeiro.
Ribeiro, C. V. D. S., & Mancebo, D. (2013). O servidor público no mundo do trabalho do século XXI. Psicologia: ciência e profissão, 33, 192-207. Recuperado de: https://doi.org/10.1590/S1414-98932013000100015
Ribeiro, E. L. (2018). Sentidos do trabalho e satisfação no trabalho no setor público.
Dissertação de mestrado, Universidade Feral de Viçosa. Minas Gerais.
Ribeiro, J. E. M., & Siqueira, A. D. O. (2018). Fatores que influenciam a empregabilidade de recém-formados no mercado de trabalho. XLVI COBENGE, Salvador, 3. Recuperado de: https://www.researchgate.net/publication/327546684_FATORES_QUE_INFLUENCIAM_A_EMPREGABILIDADE_DE_RECEMFORMADOS_NO_MERCADO_DE_TRABALHO
Ribeiro, C. V. S, Costa, A. F. M., Cardoso, V. M. L., & Machado, B. B. (2019). “Se você se aposentar e não continuar tendo prazer na vida, você vai se aposentar pra quê?": um estudo sobre o trabalho de docentes aposentados de uma IFES. Trabalho (en) cena, 4(1), 323-343. Recuperado de: https://doi.org/10.20873/2526-1487V4N1P323
Richardson, R. J., Peres, J. A., Wanderley, J. C. V., Correia, L. M., & Peres, M. D. H. D. M. (2012). Pesquisa social: métodos e técnicas. São Paulo: Atlas.
Rodrigues, A. L., Barrichello, A., & Morin, E. M. (2016). Os sentidos do trabalho para profissionais de enfermagem: Um estudo multimétodos. Revista de Administração de Empresas, 56, 192-208. Recuperado de: https://doi.org/10.1590/S0034-759020160206
Silva, J. R. D., Balassiano, M., & Silva, A. R. L. D. (2014). Burocrata proteano: articulações de carreira em torno e além do setor público. Revista de Administração Contemporânea, 18, 01-19. Recuperado de: https://doi.org/10.1590/S1415-65552014000100002
Silva, M. M. (2004). Inserção profissional e condição social: trajetórias de jovens graduados no mercado de trabalho. Tese (doutorado). Centro de Ciências da Educação, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.
Silva, M. R. G., & Marcolan, J. F. (2020). Condições de trabalho e depressão em enfermeiros de serviço hospitalar de emergência. Revista Brasileira de Enfermagem, 73. Recuperado de: https://doi.org/10.1590/0034-7167-2018-0952
St-Onge, S., Haine III, V.Y., Aubin, I., Rousseau, C., & Lagassé, G. (2005). Pour une meilleure reconnaissance des contributions au travail, Revue internationale de gestion,30 (2), 89-101. https://doi.org/10.3917/riges.302.0089
Tessarini Junior, Geraldo, & Saltorato, P. (2021). Organização do trabalho dos servidores técnico-administrativos em uma instituição federal de ensino: uma abordagem sobre carreira, tarefas e relações interpessoais. Cadernos EBAPE. BR, 19, 811-823. Recuperado de: https://doi.org/10.1590/1679-395120200236
Tette, R. P. G., Carvalho-Freitas, M. N. D., & Oliveira, M. S. D. (2014). Relações entre significado do trabalho e percepção de suporte para pessoas com deficiência em organizações brasileiras. Estudos de Psicologia (Natal), 19, 217-226. Recuperado de: https://doi.org/10.1590/S1413-294X2014000300007
Triviños, A. N. S. (1987). Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas.
Tundis, A. G. O., Monteiro, J. K., Santos, A. S. D., & Dalenogare, F. S. (2018). Estratégias de mediação no trabalho docente: um estudo em uma universidade pública na Amazônia. Educação em Revista, 34. Recuperado de: https://doi.org/10.1590/0102-4698172435
Vivian, C., de Lima Trindade, L., Rezer, R., Vendruscolo, C., & Junior, S. A. R. (2019). Estratégias de defesa contra o sofrimento no trabalho de docentes da pós-graduação stricto sensu. Cadernos de Psicologia Social do Trabalho, 22(2), 217-234. Recuperado de: https://doi.org/10.11606/issn.1981-0490.v22i2p217-234
Téléchargements
Publié-e
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
(c) Tous droits réservés Raniele Cimara da Conceição Gomes, Carla Vaz dos Santos Ribeiro 2025
Cette œuvre est sous licence Creative Commons Attribution - Pas d'Utilisation Commerciale 4.0 International.
Os direitos autorais dos artigos publicados pela Revista Trabalho EnCena permanecem propriedade dos autores, que cedem o direito de primeira publicação à revista. Os autores devem reconhecer a revista em publicações posteriores do manuscrito. O conteúdo da Revista Trabalho EnCena está sob a Licença Creative Commons de publicação em Acesso Aberto. É de responsabilidade dos autores não ter a duplicação de publicação ou tradução de artigo já publicado em outro periódico ou como capítulo de livro. A Revista Trabalho EnCena não aceita submissões que estejam tramitando em outra Revista. A Revista Trabalho EnCena exige contribuições significativas na concepção e/ou desenvolvimento da pesquisa e/ou redação do manuscrito e obrigatoriamente na revisão e aprovação da versão final. Independente da contribuição, todos os autores são igualmente responsáveis pelo artigo.
