Prazer e sofrimento no trabalho dos profissionais de referência da Reabilitação Profissional do INSS

Autores

  • Maria do Carmo Baracho de Alencar Universidade Federal de São Paulo
  • Camilla de Paula Zavarizzi Centro de Referência em Saúde do Trabalhador - Leste, SP

DOI:

https://doi.org/10.20873/2526-1487e024014

Palavras-chave:

Saúde do trabalhador, Reabilitação profissional, Saúde mental, Sofrimento mental

Resumo

O objetivo deste estudo foi investigar as vivências de prazer e sofrimento no trabalho de profissionais de referência do Programa de Reabilitação Profissional do Instituto Nacional do Seguro Social. Método: Foi obtida uma listagem com os profissionais vinculados a uma agência sede do interior do Estado de São Paulo, que atuavam em nove cidades. Foram realizadas visitas aos locais de trabalho e entrevistas individuais semiestruturadas, que foram transcritas para serem submetidas à técnica de análise de conteúdo temática. Resultados: Participaram do estudo dez profissionais de referência, de ambos os sexos, com idade entre 29 e 64 anos. Nos depoimentos surgiram conflitos com a perícia médica, retrocessos e limitações no Programa, fragilidades nos laços de cooperação, ausência de reconhecimento pelos esforços despendidos, entre outros, gerando injustiças, violências e sofrimento no cotidiano de trabalho. Considerações Finais: Há necessidade de revisão do modelo de Reabilitação Profissional e de se dar atenção à saúde mental dos profissionais de referência e dos segurados atendidos. As situações vivenciadas e a diminuição do papel do Estado nos assuntos sociais precarizaram o trabalho desses profissionais, bem como dificultaram as possibilidades de reinserção no mercado de trabalho dos segurados por eles atendidos.

Biografia do Autor

Maria do Carmo Baracho de Alencar, Universidade Federal de São Paulo

Universidade Federal de São Paulo, Santos, São Paulo, Brasil

Camilla de Paula Zavarizzi, Centro de Referência em Saúde do Trabalhador - Leste, SP

Terapeuta ocupacional no Centro de Referência em Saúde do Trabalhador - Leste, SP Mestre em Ciências da Saúde pela UNIFESP / BS

 

Referências

Aerosa J. (2019). O mundo do trabalho em (re)análise : um olhar a partir da psicodinâmica do trabalho. Laboreal, 15(2), 0–24. https://doi.org/10.4000/laboreal.15504

Albuquerque B.B., Freitas K.G, Miranda F. M., Carneiro C.L. & Mininel V. A, (2022). Retorno ao trabalho após reabilitação profissional: desafios e perspectivas. Research, Society and Development, 11(11), e182111133203. http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v11i11.33203

Alencar M. do C.B. de, Stamato M.I.C. (2018).Grupos de trabalhadores segurados do INSS com doenças lombares: um Apoio Psicológico Necessário. Gerais Rev Interinstitucional Psicol.;11(1):142–52. http://dx.doi.org/10.36298/gerais2019110111

Araújo A.J. da S & Siqueira A.B., (2018) Vasconcelos A.C.L., Figueiredo M.G., Máximo T.A. & Félix Y.M. Cooperação, confiabilidade e segurança no trabalho Fractal. Rev Psicol, 30(2):78–85. https://doi.org/10.22409/1984-0292/v30i2/5878

Augusto M., Freitas L. & Mendes A.M. (2014). Vivências de prazer e sofrimento no trabalho de profissionais de uma fundação pública de pesquisa. Psicol em Rev.; 20:34–55. http://dx.doi.org/DOI-10.5752/P.1678-9523.2014v20n1p34

Bardin L. (2010). Análise de conteúdo. Edições 70.

Bregalda M.M. & Lopes R.E. (2016). A reabilitação profissional no INSS: caminhos da terapia ocupacional. Saúde Soc, 25(2), 479–93. https://doi.org/10.1590/S0104-12902016150784

Coutinho, A.R., (2022). Violência e trabalho: apontamentos jurídicos para a efetividade de uma ética civilizatória. Rev jurídica Trabalho e Desenvolvimento humano, 5(14),1-20. https://doi.org/10.33239/rjtdh

Decreto No 3.048, de 6 de maio de 1999. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3048.htm

Dejours C. (2015). A Loucura do Trabalho. (6ª ed.). Cortez.

Dejours C. (2008). Addendun- Da psicopatologia à psicodinâmica do trabalho. In: Lancman S, Sznelwar L. (Edi.). Christophe Dejours Da psicopatologia à psicodinâmica do trabalho.(pp. 49-106). Pararelo 15.

Dejours C. (2013). A sublimação, entre sofrimento e prazer no trabalho. Rev Port Psicanálise. 2(33), 9–28.

Dejours C. (2012). Trabalho vivo, tomo II. Trabalho e emancipação. Paralelo 15.

Farias N., Buchalla C.M. A (2005). Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde da Organização Mundial da Saúde: Conceitos, Usos e Perspectivas. Rev Bras Epidemiol, 8(2), 187–93. https://doi.org/10.1590/S1415-790X2005000200011

Instituto Nacional do Seguro Social. (2018). Manual técnico de procedimentos da área de reabilitação profissional. Vol. I. http://www.ampid.org.br/v1/wp-content/uploads/2018/06/ManualTecnicoReabilita%C3%A7%C3%A3o-Profissional_vI_2018.pdf

Instituto Nacional do Seguro Social. (2018). Manual técnico de procedimentos da área de reabilitação profissional. Vol. II. http://www.ampid.org.br/v1/wp-content/uploads/2018/06/ManualProcedimentosT%C3%A9cnicosReabilita%C3%A7%C3%A3oProfissional_II_orteses.pdf

Kulaitis F. & Silva K. C., (2022). As transformações recentes no programa de reabilitação profissional do INSS. Trabalho, Educação e Saúde, 20, e00335165. https://doi.org/10.1590/1981-7746-sol00335

Maeno M. & Vilela R.A. de G. (2010). Reabilitação profissional no Brasil :elementos para a construção de uma política pública. Rev bras Saúde ocup., 35(121), 87–99. https://doi.org/10.1590/S0303-76572010000100010

Mendes A.M., (2007). Novas formas de organização do trabalho, ação dos trabalhadores e patologias sociais. In: Mendes A. (org). Psicodinâmica do Trabalho: teoria, métodos e pesquisas. Casa do Psicólogo. pp. 49–61.

Miranda C.B.De. (2018).Aspectos do cenário atual da reabilitação profissional no Brasil : avanços e retrocessos. Cad Saude Publica, 34(8), 1–14.

Simonelli A.P., Camarotto J.A., Bravo E.S. & Vilela R.A. de G. (2010). Proposta de articulação entre abordagens metodológicas para melhoria do processo de reabilitação profissional. Rev Bras Saúde Ocup., 35(121), 64–73. https://doi.org/10.1590/0102-311X00218717

Seligmann-Silva E. (2011).Trabalho e desgaste mental: o direito de ser dono de si mesmo. Cortez..

Takahashi. M.A.B.C., & Iguti A.M.(2008). As mudanças nas práticas de reabilitação profissional da Previdência Social no Brasil: modernização ou enfraquecimento da proteção social ? Cad Saúde Pública, 24(11), 2661–70. https://doi.org/10.1590/S0102-311X2008001100021

Tessarro, M.T.V., Querol M.A.F. & Almeida, I.M.., (2022). Desafios na Reabilitação Profissional desenvolvida pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS): uma perspectiva histórico-cultural. Rev Bras Saude Ocup, , 47:e12.

https://doi.org/10.1590/2317-6369/26320pt2022v47e12

Vargas A.C. & Santos A.C.T. dos, Souza R.M. & Silveira-Monteiro C.A., (2017). Percepção dos usuários a respeito de um serviço de reabilitação profissional. Rev Bras Saúde Ocup., 42(e11),1–10. https://doi.org/10.1590/2317-636900011716

Zavarizzi, C. de P., & Alencar, M. do C. B. de .. (2018). Afastamento do trabalho e os percursos terapêuticos de trabalhadores acometidos por LER/Dort. Saúde Em Debate, 42(116), 113–124. https://doi.org/10.1590/0103-1104201811609

Zavarizzi C. de P., Simas J.M.M., Santos L.F. dos & Alencar M. do C.B. De. (2019).Contexto rural e a reabilitação profissional em uma região do Vale do Ribeira. Saúde em Debate, 43(123), 1057–69. https://doi.org/10.1590/0103-1104201912306

Ziliotto DM, Berti AR. (2013). Reabilitação profissional para trabalhadores com deficiência: Reflexções a partir do estado da arte. Saude e Soc, 22(3),736–50. https://doi.org/10.1590/S0104-12902013000300008

Downloads

Publicado

2024-10-25

Como Citar

Alencar, M. do C. B. de, & Zavarizzi, C. de P. (2024). Prazer e sofrimento no trabalho dos profissionais de referência da Reabilitação Profissional do INSS. Trabalho (En)Cena, 9(Contínuo), e024014. https://doi.org/10.20873/2526-1487e024014

Edição

Seção

Artigo de Pesquisa