Insubordinação das mulheres frente ao assédio moral no trabalho
DOI:
https://doi.org/10.20873/2526-1487e024015Palavras-chave:
Clínica do Trabalho, Gênero, Trabalho, Assédio MoralResumo
O artigo traz reflexões de escutas clínicas realizadas numa clínica-escola da região amazônica com demandas de sofrimento relacionadas ao trabalho. A prática de experiência em Clínica do Trabalho (CT) faz parte do estágio supervisionado do curso de Psicologia de uma instituição pública de ensino superior. Foram atendidas duas trabalhadoras, com idades entre 31 e 41 anos, durante o período de nove meses. Ambas tinham ensino superior completo e desenvolviam atividades no serviço público, uma em um setor da administração e outra numa entidade de fiscalização de exercício profissional. Na escuta clínica, foram utilizados dispositivos ao desenvolvimento de um processo terapêutico acolhedor, transferencial e político, capaz de questionar o assujeitamento psíquico às situações de violência e assédio moral, numa perspectiva de gênero no trabalho. Observou-se entre as trabalhadoras uma sujeição dos corpos femininos à servidão no trabalho, sobreposta às funções domésticas, familiares e de gênero. O caráter político e social da Clínica do Trabalho se opõe a esse modelo assujeitador das relações de poder e dominação de gênero no trabalho, reposicionando-as perante sua demanda, transformando de alguma maneira a situação de subordinação imposta por chefias autoritárias, machistas e abusivas.
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