EXPERIÊNCIA EDUCACIONAL EM LIBRAS NO PROGRAMA RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA
DOI:
https://doi.org/10.20873/LIBPEDPalavras-chave:
Programa de Residência Pedagógica, Formação Inicial de Professores, Ensino Inclusivo, Psicologia Histórico-Cultural, Planejamento PedagógicoResumo
Este artigo é resultado das atividades desenvolvidas no âmbito do Programa Residência Pedagógica (PRP), vinculado ao Núcleo Pedagogia/Alfabetização do câmpus Miracema do curso de Pedagogia. O presente texto tem como objetivo destacar as vivências dos residentes durante o período de imersão na escola-campo, evidenciando os desafios e as contribuições da formação inicial de professores para a construção de práticas pedagógicas inclusivas e fundamentadas teoricamente. A investigação parte da seguinte problemática: de que maneira o ensino da Língua Brasileira de Sinais (Libras), tanto para o estudante surdo quanto para os alunos ouvintes, pode favorecer o processo de inclusão e o desenvolvimento das funções psicológicas superiores? Parte-se da hipótese de que a inserção do ensino de Libras no cotidiano escolar contribui significativamente para a inclusão escolar, ao promover a comunicação entre os pares e favorecer o desenvolvimento das funções psicológicas superiores — como atenção voluntária, memória lógica e pensamento conceitual — por meio de práticas pedagógicas mediadas pela linguagem e pela interação social. A metodologia utilizada baseia-se na pesquisa-ação, com o intuito de analisar criticamente as interações pedagógicas vivenciadas pelos residentes e sua relação com os princípios da Psicologia Histórico-Cultural. Como fundamentação teórica, o estudo apoia-se em autores como Vygotsky (1995), Leontiev (1978) e Davidov (1988), que compreendem o desenvolvimento humano como um processo mediado socialmente, no qual a aprendizagem antecede o desenvolvimento e é impulsionada pelas interações com o meio. Os resultados indicam que um planejamento pedagógico estruturado, intencional e fundamentado teoricamente é essencial para promover a inclusão efetiva de todos os alunos, evitando práticas excludentes mascaradas de inclusivas. Conclui-se que o PRP representou uma oportunidade significativa para o aprimoramento da prática docente, permitindo que os residentes vivenciassem situações concretas do cotidiano escolar e refletissem sobre suas implicações para a construção de uma educação mais equitativa, inclusiva e humanizadora.
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