A PROFANAÇÃO DE MACHADO DE ASSIS EM MACHADO, DE SILVIANO SANTIAGO
Mots-clés :
Machado de Assis; Profanação; Bioficção; Silviano Santiago.Résumé
Resumo: Este trabalho analisa a obra Machado (2016), de Silviano Santiago, que demonstra como Santiago, também narrador do romance, humaniza o canônico autor Machado de Assis, restituindo-o ao livre uso dos leitores, devolvendo-lhe e devolvendo-nos o que antes fora sequestrado pela consagração. Silviano Santiago dessubjetiva a imagem autoral do autor de Dom Casmurro, constituindo-o para além dos limites das suas obras, dissociando a biografia de Machado da figura autoral. Apresenta, desta forma, um corpo de resistência que funciona como alternativa ao pesado jugo dos dispositivos biopolíticos de controle aos quais Machado de Assis estava submetido objetiva e subjetivamente. Comprova-se que, pela profanação, efetua-se a vera religio, suplantada pelo velho desejo de perpetuação de um dispositivo. Os diversos modos de vida do escritor fluminense são superados e incluídos na forma-de-vida que inviabiliza as fraturas impostas pelo meio social.
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