Ética e estética na poesia de Gilka Machado

Autores

  • Myrley Vitória Barros de Almeida Universidade Federal de Goiás
  • Paulo Antônio Vieira Júnior Universidade Federal de Goiás https://orcid.org/0000-0001-5428-2080

DOI:

https://doi.org/10.20873.24.%20gifelc.011

Resumo

Este estudo desenvolve leitura de composições da poeta Gilka Machado, cuja obra foi publicada entre 1915 e 1938. O ponto de partida para as análises foi a problemática da eficácia ética e estética na obra da autora. Nesse sentido, argumentamos que o trabalho estético da poeta não se desvincula da mensagem ética. Filiada à escola parnasiana, Gilka Machado modificou, pela reescrita, paradigmas da tradição literária androcêntrica e inaugurou novos modos da escrita de autoria feminina, que encontra ecos nas autoras do final do século XX e início do XXI. Através do erotismo místico e da erotização da natureza, a autora criou uma voz feminina autêntica, que desafia as normas patriarcais e reivindica liberdade de expressão para as mulheres. Tais reflexões foram alcançadas a partir das formulações críticas e teóricas de autoras/es como Dal Farra (2017), Candido (1995), Gottlieb (1980), Bosi (1977; 2002), Gubar & Gilbert(2017), Rich (2017), Branco & Brandão (2004) e Soares (1999).

Biografia do Autor

Myrley Vitória Barros de Almeida, Universidade Federal de Goiás

Graduanda em Letras-Português pela Universidade Federal de Goiás. Desenvolveu duas pesquisas de Iniciação Científica pelo programa PIBIC-Capes, tendo como objeto a poesia de Gilka Machado. A primeira IC no período 2022-2023 e a segunda 2023-2024. E-mail: myrleyvitoria@discente.ufg.br . Lattes: http://lattes.cnpq.br/4821273600002368.

Paulo Antônio Vieira Júnior , Universidade Federal de Goiás

Professor Adjunto de Teoria da Literatura e Ensino da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Goiás. Goiânia, Goiás, Brasil. E-mail: pauloantvie@ufg.br. Lattes: http://lattes.cnpq.br/8490405451576541. Orcid: https://orcid.org/0000-0001-5428-2080.

Referências

ANDRADE, Carlos Drummond de. Gilka, a antecessora. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, p. 07, 18 dez., 1980. Disponível em: https://memoria.bn.gov.br/DOCREADER /DocReader.aspx?bib=030015_10&pesq=Carlos%20drummond%20de%20Andrade&hf=www.google.com&pagfis=23467. Acesso: 06 de dez. de 2024.

ARAUJO, Anna K. R. Vilar. ORLANDI, E. P. As formas do silêncio: no movimento dos sentidos. 3. ed. Campinas: Ed. Unicamp, 1995. CONJECTURA: Filosofia e Educação, 27, 2022. Disponível em: https://sou.ucs.br/etc/revistas/index.php/conjectura/article/view/11190. Acesso: 10 de dez. de 2024.

BILAC, Olavo. Poesias. São Paulo: Martins Fontes, 1997.

BOSI, Alfredo. O ser e o tempo da poesia. São Paulo: Cultrix; Editora da Universidade de São Paulo, 1977.

BOSI, Alfredo. Literatura e resistência. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.

BRANCO, Lucia Castello; BRANDÃO, Ruth Silviano. A mulher escrita. Rio de Janeiro: Lamparina Editora, 2004.

CANDIDO, Antonio. O direito à Literatura. In.: Vários Escritos. São Paulo: Duas Cidades, 1995, p. 169-191.

COMBE, Dominique. A referência desdobrada: O sujeito lírico entre a ficção e a autobiografia . Revista USP, nº 84, 2010, p. 113-128. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/revusp/article/view/13790. Acesso: 29 jun 2023.

CULLER, Jonathan. Teoria literária: uma introdução. Trad. Sandra Vasconcelos. São Paulo: Beca Produções Culturais Ltda, 1999.

FARRA, Maria Lucia Dal. Gilka – a mulher proibida. In: MACHADO, Gilka. Poesia completa. São Paulo: Selo Demônio Negro, 2017, p. 18-49.

FONTES, Joaquim Brasil. Eros, tecelão de mitos: A poesia de Safo de Lesbos. São Paulo: Iluminuras, 2003.

GILBERT, Sandra; GUBAR, Susan. Infecção na sentença: a escritora e a ansiedade de autoria. In: BRANDÃO, Izabel; CAVALCANTI, Ildney; COSTA, Claudia de Lima; LIMA, Ana Cecília Acioli (Org.). Traduções da Cultura: Perspectivas Críticas Feministas (1970-2010). Florianópolis: EDUFAL; Editora da UFSC, 2017. p. [p.188-207].

GOTLIB, Nádia Battella. Revisitando Gilka Machado: Poesia e crítica. Estudos Linguísticos e literários, São Paulo, N°59, p. (361- 380), janeiro, 2018. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/estudos/article/view/28882.

MACHADO, Gilka. Poesia completa. São Paulo: Selo Demônio Negro, 2017.

PAZ, Octavio. O Arco e a Lira. Tradução de Olga Savary. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1982.

PAZ, Octavio. A dupla chama: amor e erotismo. 5. ed. Trad. Wladir Dupont. São Paulo: Editora Siciliano, 2001.

PERROT, Michelle. Os silêncios do corpo da mulher. In: MATOS, M. I. S; SOIHET, R. (Orgs.). O corpo feminino em debate. São Paulo: Editora Unesp, 2003, p. 13-27.

RICH, Adrienne. Quando da morte acordamos. In: BRANDÃO, Izabel; CAVALCANTI, Lidney; COSTA, Claudia de Lima; LIMA, Ana Cecília Acioli (Org.). Traduções da Cultura: Perspectivas Críticas Feministas (1970-2010). Florianópolis: EDUFAL; Editora da UFSC, 2017. p. 64-84.

SOARES, Angélica. A paixão emancipatória: vozes femininas da liberação do erotismo na poesia brasileira. Rio de Janeiro: Difel, 1999.

SOBRINHO, Simone Teodoro. Um corpo estranho na literatura brasileira: a modernidade da lírica de Gilka Machado. 2022. 209 f. Tese (Doutorado em Letras, Literatura Brasileira) – Faculdade de Letras, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2022.

TEIXEIRA, Ivan. Prefácio: Em defesa da poesia (Bilaquiana). In.: BILAC, Olavo. Poesias. São Paulo: Martins Fontes, 1997, p. VII-LIX.

Downloads

Publicado

2024-12-20

Como Citar

Almeida, M. V. B. de, & Vieira Júnior , P. A. (2024). Ética e estética na poesia de Gilka Machado . Porto Das Letras, 10(Especial), 173–191. https://doi.org/10.20873.24. gifelc.011