Entre King Kong e Gravidade
Lendo Resistências em Beebo Brinker de Ann Bannon
Palavras-chave:
Ann Bannon, Beebo Brinker, Teoria King Kong, Gravidade homofóbicaResumo
Este artigo propõe investigar o romance Beebo Brinker de Ann Bannon à luz das discussões teóricas que englobam gênero, sexo e sexualidade. A partir da compreensão de que o pensar King Kong (DESPENTES, 2016) e a gravidade homofóbica (VIDARTE, 2019) são ideias-metáforas cruciais para pensar os temas supracitados, o trabalho analisa como determinados aspectos da trajetória da protagonista de Beebo Brinker podem ser lidos como resistências aos discursos dominantes. Ao abandonar sua terra natal, a protagonista homônima se muda para Nova York, buscando independência e aprendendo a lidar com sua sexualidade dentro de novos espaços que a enxergam como sujeito. Ao interpretar a jornada de Beebo como sintomática de preocupações ainda contemporâneas sobre a homofobia, o trabalho sugere que o romance de Bannon é ainda um espaço crítico para investigações sobre sexualidade, destacando ainda brevemente outras personagens. Assim, o pensar King Kong e o desafiar a gravidade homofóbica são estratégias para pensar as formas pelas quais uma potência fundamental (ROLNIK, 2018) tem sido suprimida pelos preconceitos.
Referências
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