Cornélio Penna Intérprete Impensado do Brasil
Cornélio Penna Intérprete Impensado do Brasil
Este dossiê da Revista Porto das Letras busca reunir contribuições que explorem leituras renovadas da produção de Cornélio Penna (1896-1958). A iniciativa celebra o legado do autor como intérprete do Brasil, cuja obra continua a suscitar novas abordagens em meio aos debates literários no contemporâneo. Em 2024 completaram-se 70 anos da publicação de A menina morta (1954), e em 2028 serão 70 anos de morte do autor, cuja obra vem sendo republicada, lida e redescoberta por pesquisadores/as ao longo das últimas décadas.
A fortuna crítica de Penna hoje comporta variadas leituras: ora a obra do autor, de caráter introspectivo, cuja ambiência noturna e fantasmal tende a esfumar enredo e contexto, pode ser lida como reflexão sobre o país, ora, para além da figura de “antiquário apaixonado”, como intérprete do Brasil. Com uma escrita sui generis para a época, os romances cornelianos, portanto, são incontornáveis para se pensar criticamente o modernismo brasileiro pós-1930, especialmente em temas como a memória dos dispositivos coloniais, o trauma do patriarcado e a condição da mulher, o fantasma da escravidão e o questionamento de formas e temas privilegiados no sistema literário brasileiro .
Para este dossiê são desejáveis análises sobre a obra de Cornélio Penna - os romances Fronteira, Repouso, Dois romances de Nico Horta e A menina morta, bem como pesquisas do arquivo biográfico e da produção visual - que, por meio de caminhos diversos, possam oferecer novas perspectivas de leitura sobre o autor.
Além de artigos, também são aceitas resenhas de livros e entrevistas sobre a obra de Cornélio Penna.
Chamada: até 10 de junho de 2026
Publicação: setembro de 2026
Organizadores
Luiz Eduardo Andrade (UFAL)
Simone Rossineti Rufinoni (USP)
Viviane Cristina Oliveira (UFT)
Júlio França (UERJ)
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