Outras histórias: narrativa histórica dominante e resistência
DOI:
https://doi.org/10.20873.rpv8n2-82Palabras clave:
Democracia, Ditadura brasileira, Lélia Gonzales, Marilena ChauíResumen
Lélia Gonzalez, filósofa feminista negra brasileira, em texto publicado em 1982 relativiza a narrativa histórica dominante, que denomina “história oficial”, segundo a qual o brasileiro é cordial e nossa história, um modelo de soluções pacíficas de conflitos. As palavras de Lélia Gonzalez ressoam de maneira impressionante palavras de Marilena Chauí em texto do mesmo período. A sociedade brasileira, dirá Marilena Chauí, é fundamentalmente autoritária e violenta. Mas há uma história de resistência, uma história que não foi escrita. Gostaríamos de refletir sobre esse jogo entre a dominação de uma história oficial e a resistência de uma história não escrita, abarcando não apenas a questão negra, mas também a ditadura brasileira de 1964-85 – neste caso, a partir das reflexões recentes de Heloísa Starling, Newton Bignotto e Miguel Lago sobre o governo de Jair Bolsonaro, herdeiro direto da ditadura. Se a história brasileira não escrita é uma história de luta e resistência de minorias, como entender este momento de crise da democracia que vivemos hoje? A resistência cultural passiva é suficientemente forte para conseguirmos escapar do autoritarismo em seu estado mais brutal?
Citas
AGAMBEN, G. “Tempo e história. Crítica do instante e do contínuo”. In: Infância e história. Destruição da experiência e origem da história. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2014.
BIGNOTTO, N. “Bolsonaro e o bolsonarismo entre o populismo e o fascismo”. In: STARLING, H.; LAGO, M.; BIGNOTTO, N. Linguagem da destruição. A democracia brasileira em crise. São Paulo: Companhia das Letras, 2022.
CHAUÍ, M. “Brasil: mito fundados e sociedade autoritária”. In: Manifestações ideológicas do autoritarismo brasileiro. Belo Horizonte: Autêntica Editora; São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2013b.
CHAUÍ, M. “O homem cordial, um mito destruído à força”. In: Manifestações ideológicas do autoritarismo brasileiro. Belo Horizonte: Autêntica Editora; São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2013a.
DELEUZE, G. Cursos sobre Leibniz – El Leibniz de Deleuze. Buenos Aires: Editora Cactus, 2006.
DELEUZE, G. Diferença e repetição, Rio de Janeiro/São Paulo: Paz e Terra, 2018.
GONZALEZ, L. “A mulher negra na sociedade brasileira”. In: Por um feminismo afro-latino-americano. Organização Flávia Rios e Márcia Lima, Rio de Janeiro: Zahar, 2020b.
GONZALEZ, L. “Cultura, etnicidade e trabalho”. In: Por um feminismo afro-latino-americano. Organização Flávia Rios e Márcia Lima. Rio de Janeiro: Zahar, 2020a.
GONZALEZ, L. “Racismo e sexismo na cultura brasileira”. In: Por um feminismo afro-latino-americano. Organização Flávia Rios e Márcia Lima. Rio de Janeiro: Zahar, 2020c.
NOVAIS, F. Aproximações. Estudos de história e historiografia. São Paulo: Cosac Naify, 2005.
SODRÉ, M. Pensar nagô. Petrópolis: Vozes, 2017.
SPIVAK, G. “Quem reivindica alteridade?” In: HOLLANDA, H. B. Pensamento feminista. Conceitos fundamentais. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2019.
STARLING, H. “Brasil, país do passado”. In: STARLING, H.; LAGO, M.; BIGNOTTO, N., Linguagem da destruição. A democracia brasileira em crise. São Paulo: Companhia das Letras, 2022.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2023 Tessa Moura Lacerda
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
Los autores que publican en esta revista aceptan las siguientes condiciones:
1. Los autores conservan los derechos concedidos a la revista o el derecho de primera publicación con la obra bajo la licencia Creative Commons Attribution 4.0 International License (CC BY 4.0) que permite compartir las obras con reconocimiento de autoría y publicación inical en esta revista.
2. Los autores pueden aceptar contratos, la distribución no exclusiva de la versión del trabajo publicado en esta revista (por ejemplo, publicar en un repositorio institucional o como un capítulo de libro) con el reconocimiento de la autoría y la publicación inicial en esta revista.
3. Se permite y se anima a los autores a publicar y distribuir su trabajo en línea (por ejemplo, en un repositorio institucional o en su página web) con las referencias adecuadas a la revista.