A democracia fragmentada em Moçambique e as tendências do voto do funcionário do Estado e da “população não funcionária”
DOI:
https://doi.org/10.20873.rpv8n2-71Palavras-chave:
Democracia, Moçambique, Medo, Estado, Voto.Resumo
O presente artigo objetiva fazer um comparativo filosófico e histórico entre as teorias democráticas de Thomas Hobbes e Norberto Bobbio com o regime democrático de Moçambique e as tendências do voto do funcionário do estado e população geral. O artigo baseia-se nos conceitos de democracia, estado, medo e voto. Na obra intitulada Filosofia africana: das independências às liberdades, publicada em 2014, o filósofo moçambicano mostra a ideia de que não houve participação do povo na escolha do sistema político que ele achava melhor. A tese é de que foi a elite que escolheu por si só o sistema político e econômico do país. Ngoenha afirma que, no tempo colonial, a participação dos moçambicanos na realização dos grandes projetos para Moçambique era passiva. Mesmo na era da independência de Moçambique de 1974, essa participação manteve-se passiva. Ngoenha questiona o que estava em jogo nesses Estados e responde evocando o papel do sujeito na história na criação da democracia de Moçambique. A ideia da democracia em Moçambique foi criada com uma perspectiva diferente a do Thomas Hobbes e Norberto Bobbio. São estas e outras questões que o presente artigo pretende discutir.
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