ENTRE A TABLOIDIZAÇÃO E O TEASER PUBLICITÁRIO: uma análise dos títulos caça-cliques

Auteurs-es

DOI :

https://doi.org/10.20873/uft.2447-4266.2018v4n3p675

Mots-clés :

títulos, caça-cliques, Teaser, Sensacionalismo

Résumé

A proposta deste artigo é identificar quais estratégias de redação são adotadas pelos ciberjornais, tradicionais e nativos da web, na construção dos títulos caça-cliques. A pesquisa parte da categorização proposta pelo Facebook para discernir o que seriam os títulos caça-cliques e tenciona detectar as orientações de narrativas publicitárias que estariam guiando essa escrita e interferindo na sua gênese. Parte-se da hipótese de que o caça-clique é um teaser, recurso publicitário usado em campanhas e lançamento de produtos que migra para a escrita da imprensa, subvertendo sua estrutura e, portanto, descaracterizando-se como título jornalístico. O estudo propõe-se, ainda, a entender o porquê da existência desse modelo de escrita apesar das críticas ferrenhas que as estratégias de caça-clique recebem tanto dos pesquisadores, quanto dos veículos e dos próprios leitores. Para isso, embasa o levantamento em estudos de autores que discutem o título jornalístico, o teaser na publicidade e o sensacionalismo.

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Bibliographies de l'auteur-e

Thaísa Cristina Bueno, Universidade Federal do Maranhão

Doutorado em Comunicação Social pela PUC-RS, Mestrado em Letras pela UFMS e Graduação em Jornalismo pela UFMS. Professora adjunta no curso de Jornalismo na UFMA de Imperatriz. E-mail: thaisabu@gmail.com.  

Lucas Santiago Arraes Reino, Universidade Federal do Maranhão

Doutorado em Comunicação Social pela PUC-RS, Mestrado em Ciência da Informação pela UNB e Graduação em Jornalismo pela UFMS. Professor adjunto no curso de Jornalismo na UFMA de Imperatriz. E-mail: lucasreino@gmail.com.  

Références

AMARAL, Luiz de. Técnica de jornal e periódico. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1986.

ASSUMPÇÃO, Maria Elena Ortiz; BOCCHINI, Maria Otília. Para escrever bem. São Paulo: Malone, 2006.

AMERICAN PRESS INSTITUTE. ‘Who sharedit?’: HowAmericans decide what news totruston social media. 2017. Disponível em:< http://mediainsight.org/PDFs/Trust%20Social%20Media%20Experiments%202017/MediaInsight_Social%20Media%20Final.pdf>. Acesso em 9 de jun de 2017.

BAHIA, Juarez. Jornal, história e técnica: as técnicas do jornalismo. São Paulo: Ática, 1974.

BECKER, Maria Lúcia. Contribuições para um novo programa de redação jornalística.Revista Brasileira de Ensino de Jornalismo. Vol. 3, Nº 12, 2013.

BERTOLINI, Jeferson. O título da notícia na internet: funções clássicas e impactos na leitura e na compreensãodo texto. Revista Ciência em Curso. Palhoça, SC, v. 3, n. 2, jul./dez. 2013.

BLOON, Jonas Nygaard; HANSEN, Kenneth Reinecke. Click bait: Forward-reference as lure in online newsheadlines. JournalofPragmatics. V. 76, 2015. 87-100.

BARBOSA, Susana. Convergência jornalística em curso: as iniciativas para integração das redações no Brasil. In: RODRIGUES, Carla (org). Jornalismo online: modos de fazer.Rio de Janeiro: Editora Sulina e PUC-Rio, 2009, pp. 35-55.

BOCCHINI, Maria Otília. ASSUMPÇÃO, Maria Elena. Recomendações para escrever bem textos fáceis de ler. São Paulo: Manole, 2006.

BUENO, Thaísa; REINO, Lucas. O lead nos títulos jornalísticos: um estudo comparado entre os jornais Folha de S. Paulo e Estado de São Paulo. 2017a. (Prelo).

__________________________. O que muda e o que permanece nos títulos dos jornais na internet?.In: Congresso Internacional de Ciberjornalismo, 8, 2017, Campo Grande, MS.Anais (on-line). Campo Grande: Ciberjor, 2017. Disponível em: http://www.ciberjor.ufms.br/. Acesso em 10 out 2017.

_________________________. Onde Está o Gancho? A difícil tarefa de hierarquizar informações. In: _____________. Comunicação: práticas e reflexões. Imperatriz, Eduma: 2012. 106-125.

_________________________. Ciberjornalismo em dispositivos móveis: uma análise daconjuntura brasileira. In: Seminário Internacional de Pesquisas em Midiatização e Processos Sociais, 1, 2016, São Leopoldo, RS. Anais do I Seminário Internacional de Pesquisas em Midiatização e Processos Sociais.São Leopoldo: Anais, 2016.

BURNETT, Lago de. A língua envergonhada. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1991.

CAMINADA, Thiago Amorim. Francisco e o jornalismo caça-cliques.Observatório da Imprensa, São Paulo, ed. 843, mar., 2015. Disponível em:<http://observatoriodaimprensa.com.br/feitos>. Acesso em 5 out. 2017.

CLICKBAIT. In: Oxford EnglishDictionary. Oxford Dictionaries Update August 2014. Disponível em: < http://blog.oxforddictionaries.com/2014/08/oxford-dictionaries-update-august-2014/ >. Acesso em 20 mai. 2017.

COMASSETTO, Leandro Ramirez. As razões do título e do lead: uma abordagem cognitiva da estrutura da notícia. Concórdia: UnC, 2003.

CAZELOTO, Edilson. A velocidade necessária. In: Pollyana Ferrari. (Org.). Hipertexto, hipermídia. São Paulo: Contexto, 2007.

CHEN, Yimin; CONROY, Niall; RUBIN, Victoria. Misleading Online Content: RecognizingClickbait as “False News”. WMDD'15. v.13, Seattle, WA, USA.2015.

CUNHA, Diogo da Silva. Manchete, títulos e suas formas de expressão: uma pesquisa histórica pelos uivos impressos, idiotas da objetividade e outros modos de ver. Monografia (Curso deJornalismo). UERJ/ECO. Rio de Janeiro: 2010.

DINES, Alberto. O bumerangue da urgência. Revista de Jornalismo ESPM. São Paulo, v. 1, n. 1, p. 10-11, mar. abr. mai. 2012.

DOUGLAS, Joaquim. Jornalismo: a técnica do título. São Paulo: Agir, 1966.

FACEBOOK, Nova atualização no Feed de Notícias para reduzir manchetes ‘caça-cliques’, 2017. Disponível em: http://snip.ly/04u7g#https://br.newsroom.fb.com/news/2017/05/nova-atualizacao-no-feed-de-noticias-para-reduzir-manchetes-caca-cliques/>. Acesso em 10 ago 2017.

FIGUEIREDO, Celso. Redação publicitária: sedução pela palavra. São Paulo: Pioneira Thomson, 2005

FISHER, Mark. Who caresifit’strue? Modern-daynewsroomsreconsidertheirvalues. 2014. Columbia JournalismReview. Disponível em: http://archives.cjr.org/cover_story/who_cares_if_its_true.php?page=all. Acesso em 19 ago. 2017.

FOLHA DE SÃO PAULO. Manual de redação da Folha de São Paulo. Publifolha: São Paulo, 2002.

GRADIM, Anabella. Manual de jornalismo. Covilhã/Portugal: Universidade da Beira Interior, 2000. Disponível em:http://migre.me/wcxmy. Acesso em: 29 jan 2016

GOMES, Thiago Barros; COSTA, Grace Soraes. Caça-cliques no jornalismo:5 padrões de títulos para atrair leitores no Facebook. Temática.Porto Alegre, n. 07, p. 60-75, julho. 2016. Disponível em: <http://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/tematica>. Acesso em 20 mai. 2017.

GONZAGA, Yuri. Tempo gasto por brasileiro em páginas da web diminuiu, diz Google. Folha de São Paulo. 25 ago 2015. Tecmundo.s/p. [online]. Disponível em:<http://www1.folha.uol.com.br/tec/2015/08/1673254-tempo-gasto-por-brasileiro-em-paginas-da-web-diminui-diz-google.shtml>. Acesso em 15 ago 2017.

GUIMARÃES, Elisa. A articulação do texto. São Paulo: Ática, 1995.

HERNANDES, Rafael. Facebook bloqueia alteração de conteúdo de links compartilhados na rede. Folha de São Paulo. 18 ago 2017. s/p. [online]. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2017/07/1902386-facebook-bloqueia-a-alteracao-do-conteudo-de-links-compartilhados-na-rede.shtml. Acesso em: 21 ago 2017.

INSTITUTO GUTENBERG.Centro de estudos de imprensa. Disponível em: <http://migre.me/wcxmO>. Acesso em 02 abr 2016.

JÚNIOR, Luiz Costa Pereira. Guia de edição jornalística. São Paulo: Vozes, 2006.

Kotler KOTLER, Philip. Administração de Marketing, São Paulo, 10ª Edição, 2004.MARSHALL, Leandro. O jornalismo na Era da Publicidade. São Paulo: Summus, 2003.

__________________. A estética da mercadoria jornalística. Biblioteca online de Ciências da Comunicação. S/data. Disponível em: http://www.bocc.ubi.pt/pag/marshall-leandro-estetica-mercadoria-jornalistica.pdf. Acesso em 20 out 2017.

__________________. Jornalismo transgênico. Observatório de Imprensa. São Paulo, Ed.762. abr. 2012. Disponível em:http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos/da270220024.htm. Acesso em: 17 jun 2017.

MANOVICH, Lev. The languageof new media. Cambridge: The MIT Press, 2000.

MARTÍN-BARBERO. J. Dos meios às mediações: comunicação, cultura e hegemonia. Tradução de Ronald Polito e Sérgio Alcides. 6ª Ed. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2009.

MARTINS FILHO, Eduardo Lopes. Manual de Redação e Estilo de O Estado de S. Paulo. São Paulo: O Estado de S. Paulo, 1997.

MEDINA, Cremilda. Notícia um produto à venda. São Paulo: Summus, 1988.

MEDINA, Jorge Bomfim. Gênero Jornalístico: uma questão de gênero. Disponível em:http://migre.me/wcxn0. Acesso em 10 fev 2017.

_______________. “Gêneros jornalísticos: repensando a questão”. Revista Simpolium,São Paulo, v.1, nº 1. jan.-jun.2001.

MELO, José Marques de. História do pensamento comunicacional. São Paulo: Paulus, 2003.

______________. A opinião no jornalismo brasileiro. Petrópolis: Vozes, 1985.

MEYROWITZ, Joshua. As múltiplas alfabetizações midiáticas. Revista FAMECOS, Porto Alegre, nº. 15. 2001. Disponível em: < http://www.pucrs.br/famecos/pos/revfamecos/15/a09v1n-15.pdf> Acessado em: 27 abr. 2007.

MORETZSOHN, Silvia. O suicídio do jornalismo. Observatório da Imprensa. São Paulo, ed. 847, abr., 2015. Disponível em: < http://observatoriodaimprensa.com.br/imprensa-em-questao/o-suicidio-do-jornalismo/ >. Acesso em: 20 mai. 2017.

MOUILLAUD, Maurice. O título e os títulos. In: MOUILLAUD, Maurice; PORTO, Sergio. (Org.). O Jornal: da forma ao sentido. Brasília: UnB, 2002.

___________________. O Jornal: da forma ao conteúdo. 2. ed. Organização de Sérgio Dayrell Porto. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2002.

MCLUHAN, Marshall. Os meios de comunicação como extensões do homem. 20. ed. São Paulo: Cultrix, 1964.

OLIVEIRA, Tania. Amostragem não Probabilística: Adequação de Situações para uso e Limitações de amostras por Conveniência, Julgamento e Quotas. Adminsitração online. São Paulo: v2, n3. Set. 2001. Disponível em:

http://www.fecap.br/adm_online/adol/artigo.htm. Acesso em: 23 out. 2017.

O’NEIL, Luke. The YearWeBroketheInternet.Esquire. 2013, Disponível em: http://www.esquire.com/newspolitics/news/a23711/we-broke-the-internet. Acesso em19ago 2017.

ÖRNEBRING, Henrik, &JÖNSSON, Anna Maria.Tabloidjournalismandthepublicsphere: A historical perspective ontabloidjournalism. 2004. JournalismStudies, 5(3), 283-295.

PARSE.LY, The Authority Report. Maio a julho 2015. Disponível em: < http://learn.parsely.com/rs/314-EBB-255/images/authority-report-08.pdf>. Acesso em 12 jul 2017.

PEÇANHA, Vitor. Guia completo do redador da Web.Rockcontent: São Paulo, 2014. Disponível em: <http://escrevaparaweb.com.br/wp-content/uploads/2014/12/Guia-completo-do-Redator-Web.pdf>. Acesso em: 22 abr. 2017.

PEWRESEARCH CENTER. Social, SearchandDirectPathwaysto Digital News. 2016. Dísponívelem:<http://www.journalism.org/2014/03/13/social-search-direct/>Acesso em 12 jul 2017.

PORTAL DO MARKETING. O que é teaser? [online]. 2017. s/p. Disponível em: http://www.portaldomarketing.com.br/Artigos3/O-que-e-Teaser.htm. Acesso em 12 ago 2017.

PORTO, Camila. Facebook marketing. São Paulo: Novatec Editora, 2014.

RENAULT, David. A convergência tecnológica e o novo jornalista. BrazilianJournalismResearch: journalismtheory, researchandcriticism, vol. 9, n. 2, 2013. Disponível em: http://bjr.sbpjor.org.br/bjr/article/view/575. Acesso em 08 Jun 2017.

RODRIGUES, Adriano Duarte. Estratégias da comunicação. Lisboa: Presença, 1997.

SENADO FEDERAL. Manual de comunicação. Brasília, 2012, s/p. [online]. Disponível em: https://www12.senado.leg.br/manualdecomunicacao/glossario/teaser. Acesso em 14 mai 2017.

SHCUDSON, Michael. Descobrindo a notícia: uma história social dos jornais nos Estados Unidos. Tradução de Denise Jardim Duarte. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010.

SOUSA, Jorge Pedro. Elementos de Jornalismo Impresso. Florianópolis: Letras Contemporâneas, 2005.

SCHWINGEL, Carla. Historicidade, terminologia e conceito de ciberjornalismo. São Paulo: Paulinas, 2012.

STATISTA. Most popular social media websites in Brazil in March 2014, basedonshareofvisits. 2014. Disponível em: < https://www.statista.com/statistics/290220/market-share-of-the-most-popular-social-media-websites-in-brazil/>. Acesso em 12 Jun 2017.

THOMPSON, Jhon. A mídia e a modernidade: uma teoria social da mídia. 13ª ed. Tradução de Wagner de Oliveira Brandão. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012.

VIEIRA, Lívia de Souza; CHRISTOFOLETTI, Rogério. Métricas, ética e “cultura do clique” no jornalismo online brasileiro: o caso de resistência do nãofo.de. Estudos de jornalismo,n.º 5, v. 1. Florianópolis, SC, 2015.

Publié-e

2018-04-29

Comment citer

BUENO, Thaísa Cristina; REINO, Lucas Santiago Arraes. ENTRE A TABLOIDIZAÇÃO E O TEASER PUBLICITÁRIO: uma análise dos títulos caça-cliques. Observatoire Journal, [S. l.], v. 4, n. 3, p. 675–707, 2018. DOI: 10.20873/uft.2447-4266.2018v4n3p675. Disponível em: https://sistemas.uft.edu.br/periodicos/index.php/observatorio/article/view/4573. Acesso em: 21 nov. 2024.

Numéro

Rubrique

Dossiê Temático II / Thematic dossier II / Dossier temático II

Articles les plus lus du,de la,des même-s auteur-e-s