DO QUADRO NEGRO AO TABLET: Desafios da docência na era digital
DOI:
https://doi.org/10.20873/uft.2447-4266.2017v3n3p532Palavras-chave:
Quadro-negro e tablets, concepção pedagógica, formação de professoresResumo
Este artigo contextualiza o cenário contemporâneo de ampla difusão e uso das tecnologias no cotidiano dos jovens e ao mesmo tempo faz uma analogia da introdução do quadro-negro e do tablet na escola. Apresenta dados coletados numa pesquisa realizada com professores da rede pública que reforçam a necessidade da formação docente para a literacia digital com foco na aprendizagem online. Parte do pressuposto de que a introdução do quadro negro nas escolas, no século XIX, impactou de forma relevante o modelo de educação, que antes era individual e baseada na oralidade do professor para a forma escrita e coletiva. A chegada do tablet que permitiu ao aluno o acesso a informações de múltiplas fontes, também mudou significativamente o contexto educativo. No entanto, os tablets e outros dispositivos móveis não obtiveram respaldo nas práticas docentes como ocorreu com a introdução do quadro- negro nas escolas. Assim, este artigo visa fazer algumas provocações sobre as (re) configurações que os dispositivos móveis causaram nas formas tradicionais de ensino e aprendizagem e as mudanças no papel docente. As reflexões sobre a temática iniciaram no âmbito da pesquisa de doutoramento em Educação na Universidade do Minho intitulada: Formação de professores, Literacia Mediática e Inclusão Sociodigital: Estudo de caso em curso a distância da Universidade Federal do Tocantins. O estudo constatou que professores cursistas de licenciatura online admitem possuir baixa literacia digital, sentem dificuldades em lidar com alunos portadores de celulares ou tablets nas aulas e afirmam não interagir com os alunos fora dos espaços escolares.
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