ESPAÇO E IDENTIDADE

A REPRESENTAÇÃO DO GARIMPO NA LITERATURA

Resumo

Para discutir a representação do garimpo na literatura, este artigo visa trabalhar com as obras de Brasiliense (2006), Maccaggi (2012) e Kopenawa e Albert (2015). Nesse sentido, serão apontados traços da realidade do espaço comum do garimpo, investigadas as diferenças significativas na construção das identidades dos personagens e a mudança do sujeito narrador viajante para o narrador nativo e indígena, no caso de Kopenawa e Albert. Para tanto, serão levantadas as imagens descritivas e as construções discursivas utilizadas nessas obras, para evidenciar o espaço do garimpo e as relações de exploração, dominação e usurpação vivenciadas pelas personagens. Na composição do método de análise, pretende-se desenvolver e entender as divergências na construção da identidade garimpeira. Essas obras se afinam com a temática da representação do espaço do garimpo, porém não convergem na perspectiva de construção dos espaços e dos sujeitos que o vivenciam, haja vista a relação do homem com a exploração e as consequências da atividade enraizada na história do Brasil. Assim, serão ainda objeto de investigação textos teóricos, como Marxismo e literatura, de Raymond Wiliams.Os conceitos fundamentais para a discussão sobre identidade e cultura provêm das discussões de Homi Bhabha, na obra O local da cultura, e Hall (2016), em Cultura e representação. O tratamento desses temas abriga representações diferentes sobre a questão do espaço do garimpo como herança do colonialismo que ainda persiste e perpassa as identidades.

Palavras-chave: discurso; garimpo; representação; narrativas.