Cassandra Rios: divinas profanações

Autor/innen

  • VICTORIA REBELLO PUC-Rio

DOI:

https://doi.org/10.20873.24.406

Schlagworte:

Cassandra Rios, censura, ditadura, recepção

Abstract

Este trabalho se dedica a investigar as origens e os rumos da trajetória editorial de Cassandra Rios, pseudônimo de Odette Pérez Rios, escritora conhecida pelo alto número de obras censuradas durante o período da ditadura militar brasileira. Para tal, fez-se necessário apresentar um breve panorama da atividade censória de livros no período militar, e lançar um olhar mais detido sobre a biografia e o contexto cultural da escritora. Para avaliar a recepção de suas obras, consultou-se sobretudo a crítica expressa por periodistas e noticiaristas dos jornais O Pasquim, Correio da Manhã, Correio Braziliense e Diário de Pernambuco, O Dia e Correio Paulistano. Por fim, propôs-se uma leitura de Eu sou uma lésbica (1980), romance que, por ter sido o último de sua autoria a adquirir circulação mercadológica e estruturar-se em torno do tema da sexualidade infantil, da podolatria, do fetichismo, da pedofilia, do incesto e, claro, da homoafetividade, oferece importantes chaves de leitura para a obra e a recepção da autora ao longo de sua trajetória.

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Veröffentlicht

2024-12-22

Zitationsvorschlag

REBELLO, V. (2024). Cassandra Rios: divinas profanações. Porto Das Letras, 10(3), 110–134. https://doi.org/10.20873.24.406