ENUNCIAÇÃO E MEMÓRIA
A NEGAÇÃO DA REPRESSÃO EM EU, IMPERATRIZ
DOI:
https://doi.org/10.20873/10.20873/20241131Resumo
Neste trabalho apresentamos a análise do apagamento dos efeitos da Ditadura Militar pela enunciação produzida no livro “Eu Imperatriz”, de Edelvira Marques de Moraes Barros. A obra inaugura a historiografia do segundo maior município maranhense e é uma das referências para o currículo da Educação Básica do município. Imperatriz é considerada o Portal da Amazônia e foi cenário de episódios importantes na resistência contra a Ditadura no Brasil. No livro selecionado para este trabalho há um salto temporal e temático que omite e eufemiza a repressão militar na região, durante a ditadura instaurada em 1964. Recorrendo, sobretudo, ao arcabouço teórico da semiótica discursiva, analisaremos como os fatos são apresentados ao enunciatário a partir das escolhas discursivas mobilizadas pelo enunciador. Além disso, dialogamos com outras áreas para reflexões em torno dos conceitos de memória e silenciamento. Nosso recorte analítico contemplará o exame de partes do livro que colaboram para uma isotopia de leitura e de duas crônicas da obra que versam sobre fatos referentes ao contexto político no período que se estende de 1960 a 1970. Esperamos contribuir com as reflexões em torno das leituras que chegam às escolas.
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