As relações entre as viagens de descobrimento e o processo de construção científico moderno

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.20873/rpv8n3-88

Palabras clave:

viagens de descobrimento, navegações portuguesas, pensamento científico moderno, experiência direta, constituição do mundo.

Resumen

Este artigo pretende apresentar uma discussão sobre a possibilidade de identificarmos as possíveis contribuições das viagens de descobrimento, enfatizando as navegações portuguesas, para a construção do pensamento científico moderno. Por um lado, é analisado o valor da experiência direta valorizada pelos portugueses como critério de certeza acerca das afirmações sobre o mundo geográfico que acabaram por colocar em questão a concepção de mundo difundida a partir dos clássicos antigos – os gregos – e, por outro lado, é apresentado uma concepção de ciência moderna que comporta as contribuições dos chamados homens práticos, como os navegadores, cuja atividade marítima promove um debate, no campo da geografia e cartografia sobre a própria constituição do mundo, sem, contudo, romper definitivamente com a tradição cosmológica. A nossa análise é realizada por meio de uma discussão crítica com a historiografia existente.

Citas

ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. Edição revista e ampliada. São Paulo. Martins Fontes, 2007.

ALBUQUERQUE, Luís. A Náutica e a Ciência em Portugal. Notas sobre as Navegações. Lisboa. Ed. Gradiva, 1989.

____________________. As navegações e a Sua Projeção na Ciência e na Cultura. Lisboa. Ed. Gradiva, 1987.

____________________. Ciência e Experiência nos Descobrimentos Portugueses. Lisboa. Instituto de Cultura e Língua Portuguesa – Ministério da Educação, 1983.

____________________. Os Cartógrafos Portugueses. Em: ARAÚJO, Carlos (Direcção). Lisboa e os Descobrimentos 1415 -1580. A Invenção do Mundo pelos Navegadores Portugueses. Lisboa. Terramar, 1992.

ALMEIDA, Onésimo Teotónio. O Século dos Prodígios: a Ciência no Portugal da Expansão. Lisboa. Quetzal Editores, 2018.

ARISTÓTELES. Metafísica I, livro A. Tradução de Marcelo Perine. São Paulo. Edições Loyola, 2002.

BACON, Francis. Novum Organum. Trad. e notas de José Aluysio Reis de Andrade. São Paulo. Ed. Nova Cultura, 1999.

BLACK, Jeremy. Mapas e história: construindo imagens do passado. Bauru, SP. Edusc, 2003.

BOORSTIN. Daniel. Os Descobridores. Rio de Janeiro. Editora Civilização Brasileira, 1989.

CALAFATE, Pedro. Duarte Pacheco Pereira. [online]. Centro Virtual Camões, Filosofia Portuguesa. Disponível em: http://cvc.instituto-camoes.pt/filosofia/ren1.html.

CARVALHO, Joaquim Barradas. As Edições e as Traduções do Esmeraldo de Situ Orbis (Parte I). São Paulo. Revista de História, v. 29, n. 59, 1964.

__________________________. As Fontes de Duarte Pacheco Pereira no Esmeraldo de Situ Orbis. Lisboa. Imprensa Nacional Casa da Moeda, 1982.

__________________________. A literatura portuguesa de viagens: séculos XV, XVI e XVII.São Paulo. Revista de História, v. 40 n. 81, 1970.

__________________________. Duarte Pacheco Pereira um cartógrafo? O "Esmeraldo de Situ Orbis" um atlas? São Paulo. Revista de História, v. 34, n. 70, 1967.

__________________________. O Esmeraldo De Situ Orbis de Duarte Pacheco Pereira na História da Cultura. São Paulo. Revista de História, v. 29, n.60, 1964..

__________________________. O Renascimento Português. Lisboa. Imprensa Nacional Casa da Moeda, 1980.

GOODMAN, David. The Scientific Revolution in Spain and Portugal. Em: The Scientific Revolution in National Context. TEICH. Mikulas, PORTER. Roy (orgs). Cambridge. Cambridge University Press, 1992.

GRAFTON, Anthony. New Worlds, Ancient Texts. Cambridge. Harvard University Press, 1992.

HENRY, John. A Revolução Científica. Rio de Janeiro. Jorge Zahar, 1998.

HOOYKAAS, Reyer. Contexto e razões do surgimento da ciência moderna. Em: BARRETO, Luís Filipe e DOMINGUES, Francisco Contente (Org.). A abertura do mundo: estudos de história dos Descobrimentos europeus em homenagem a Luís de Albuquerque. Lisboa: Presença, 1986.

_________________. A religião e o desenvolvimento da ciência moderna. Brasília. Editora Universidade de Brasília, 1988.

KOYRÉ, Alexandre. Estudos de História do pensamento científico. Brasília, Ed. UnB. 1982.

NORMAN, Robert. The Newe Attractive. Michigan. Michigan University, ed. de 1720.

PEREIRA, Duarte Pacheco. Esmeraldo de Situ Orbis. Edição crítica e comentada por Joaquim Barradas de Carvalho. Lisboa. Fundação Calouste Gulbenkian, 1991.

_______________________. Esmeraldo de Situ Orbis. Direção de Raphael Eduardo de Azevedo Basto. Lisboa. Imprensa Nacional, 1892.

POLÓNIA, Amélia. Arte, técnica e ciência náutica no Portugal Moderno. Contributos da “sabedoria dos descobrimentos” para a ciência europeia. Em: Revista da Faculdade de Letras História. Porto, III Série, vol. 6, 2005.

ROSSI, Paolo. Os filósofos e as máquinas 1400 – 1700. São Paulo. Companhia das Letras, 1989.

SHAPIN, Steven. La Revolución Cientifica. Barcelona. Ed. Paidós, 1996.

WOOTTON, David. The Invention of the Science. Glasgow. Happer Collins Publishers, 2015.

ZILLER, Carlos. Galileu em sua órbita. Em. Revista de História da Biblioteca Nacional. Rio de Janeiro, ed. de 01 de fevereiro de 2014.

Publicado

2024-01-10

Cómo citar

Cardoso Paulo, T., & Passos Videira, A. A. (2024). As relações entre as viagens de descobrimento e o processo de construção científico moderno. Perspectivas, 8(3), 35–88. https://doi.org/10.20873/rpv8n3-88

Número

Sección

Artigos