Serras da desordem, imagens de descrença

Autores

  • Heverton da Silva Guedes UFPE

DOI:

https://doi.org/10.20873-rpv10n1-29

Palavras-chave:

Imagem. Descrença. Serras da desordem.

Resumo

Caminhando com Carapiru, sobrevivente errante do massacre de sua gente, passando por matas em chamas, álbuns de fotografia e programas de TV, perguntamos: o que pode a imagem diante de um mundo destruído? Descobrimos, com Serras da desordem (2006), de Andrea Tonacci, que a imagem pode muito: pode, sobretudo, libertar-se da pretensão de apreender “o real” para aprender mais sobre si e, assim, ser seu próprio mundo. Desconfiamos, por isso mesmo, que essas são imagens de descrença: elas nos põem em dúvida diante daquilo que assistimos para que melhor atentemos ao que está em seu íntimo: imaginação e narrativa, fabulação e deriva.

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Publicado

2025-08-16

Como Citar

da Silva Guedes, H. (2025). Serras da desordem, imagens de descrença. Perspectivas, 10(1), 59–77. https://doi.org/10.20873-rpv10n1-29

Edição

Seção

Dossiê Pensamento-Cinema 10